quarta-feira, 14 de julho de 2021

Um caso de feitiço

 

    Anos atrás acompanhei de perto um caso interessante. Um homem namorava uma mulher há quatro anos e há dois estavam noivos. Já estavam começando a preparar o casamento quando, de repente e sem explicação, ele começou a mudar. Passou a ficar indiferente com a noiva, tratá-la mal e poucos meses depois rompeu o noivado dizendo que não mais a amava. Não adiantou ela chorar, pedir explicações, os amigos conversarem, nada fez ele voltar atrás. Dizia, com absoluta certeza, que havia descoberto que não a amava, que todo o interesse havia passado e que estava apaixonado por outra.

O noivado foi desfeito e ele iniciou outro namoro. Fazia tudo para agradar a nova namorada, assumiu compromisso rapidamente e mal lembrava do relacionamento anterior onde era tão amoroso, dedicado e apaixonado.

Inconformada, a ex-noiva procurou uma mãe-de-santo que, jogando os búzios, afirmou que seu noivo havia sido vítima de uma magia. A nova namorada, desejando-o ocultamente há muito tempo, sabendo que não conseguiria tirá-lo dela pelos meios naturais, havia feito um feitiço para separá-los. Ouvindo aquilo, ela, embora tenha procurado uma mãe-de-santo, achou um absurdo, uma verdadeira fantasia e resolveu não fazer nada, mas a tristeza pelo abandono continuou e ela não mais se envolveu com ninguém. Quatro anos depois, um fato inusitado aconteceu. O homem que fez o feitiço, inconformado pela falta do resto do pagamento do "trabalho", resolveu se vingar contado ao rapaz o que havia acontecido.

O namoro, que já estava indo de mal a pior, terminou de vez quando ele caiu em si e descobriu que foi vítima de um trabalho de magia. Arrependido e livre da influência, procurou a ex-noiva, implorou que voltassem, contou o que descobrira e ela, após resistir pelo orgulho ferido, cedeu, voltaram a namorar, casaram e hoje tem um filho de dois anos e vivem muito bem.

Lido com os problemas humanos e espirituais há 28 anos e já vi muitas coisas. Posso afirmar que casos como este é mais comum do que se pode imaginar. É possível uma pessoa dominar a outra completamente por meio de um feitiço. O feitiço nada mais é do que um processo de obsessão muito complexo, onde os espíritos que trabalham para o feiticeiro procuram envolver a vítima, sugerindo pensamentos, sensações, impressões, de maneira persistente e disciplinada até convencê-lo a fazer o que foi encomendado. Como o processo é sutil, a pessoa envolvida acha que está pensando por conta própria, mesmo sabendo que está agindo contra sua natureza, é induzida a crer que está mudando e que o outro caminho é melhor. Quando vem cair em si já cometeu muitos erros e sua vida poderá estar arruinada. Não adianta tentar alertar, porque a pessoa, fascinada, não vai ouvir e poderá até se afastar de quem quer ajudá-lo com agressividade verbal e até física.

Contudo, convém lembrar que a pessoa só é atingida se der abertura. Se a pessoa visada for alguém de fé, que tenha o hábito da oração, que não se envolve com a vida alheia, cultiva a espiritualidade e tem pensamentos positivos, nenhuma magia conseguirá envolvê-la e o trabalho dará errado.

A solução de casos como estes pode ser demorada se alguém não fizer alguma coisa. Pode levar anos, destruir famílias, acabar com amizades, levar empresas à falência, arruinar financeiramente, minar a saúde e em casos mais extremos até matar.

É assustador, mas é preciso esclarecer.

A única forma de resolver é alguém buscar ajuda para as pessoas envolvidas. Os centros espíritas kardecistas que estudam o mundo das energias, trabalham com apometria, desobsessão por choque anímico ou resgate das entidades perturbadoras são os mais indicados para solucionar o problema que é complexo e requer pessoas idôneas e com larga experiência no assunto. A Umbanda é outra religião especializada na cura deste mal, muitas vezes resolvendo-o com rapidez e eficácia definitiva.

Se você está vivendo uma situação parecida, busque ajuda. Sempre é possível vencer. O bem é mais forte! 

*Maurício de Castro é professor e escritor espiritualista. Publicou dezenas de romances psicografados, ditados pelos espíritos Hermes e Saulo.   

Um comentário:

Raquel Ribeiro disse...

Maurício de Castro, tem o dom de esclarecimento de fácil entendimento.