segunda-feira, 30 de maio de 2022

Quantas horas é preciso dormir para melhorar raciocínio, segundo a ciência

A maioria de nós tem dificuldade de pensar bem depois de uma noite de sono ruim — se sentindo com uma névoa mental, aquém do nosso desempenho habitual na escola, universidade ou trabalho.

Você pode notar que não está conseguindo se concentrar também, ou que sua memória não está boa. Décadas dormindo mal, no entanto, podem potencialmente levar ao declínio cognitivo.

Uma noite de sono ruim também afeta o humor e o comportamento das pessoas, sejam elas bebês ou idosos.

Mas, afinal, de quanto sono nosso cérebro precisa para funcionar adequadamente a longo prazo? Nossa nova pesquisa, publicada na revista científica Nature Aging, oferece uma resposta.

O sono é um componente importante para manter o funcionamento normal do cérebro. O cérebro se reorganiza e se recarrega durante o sono.

Além de remover subprodutos de resíduos tóxicos e estimular nosso sistema imunológico, o sono também é fundamental para a "consolidação da memória", durante a qual novos segmentos de memória baseados em nossas experiências são transferidos para a memória de longo prazo.

Uma quantidade e qualidade de sono ideais nos permite ter mais energia e bem-estar. Também possibilita desenvolver nossa criatividade e pensamento.

Pesquisadores que observaram bebês de três a 12 meses notaram que um sono melhor está associado a melhores resultados comportamentais no primeiro ano de vida, como ser capaz de se adaptar a novas situações ou regular emoções de forma eficiente.

Estes são os primeiros alicerces da cognição, incluindo a "flexibilidade cognitiva" (que nos permite mudar de perspectiva facilmente) e estão ligados ao bem-estar na vida adulta.

A regularidade do sono parece estar ligada à "rede de modo padrão" do cérebro, que envolve regiões que estão ativas quando estamos acordados, mas não engajadas em uma tarefa específica, como descansar enquanto nossa mente vagueia.

Esta rede inclui áreas importantes para a função cognitiva, como o córtex cingulado posterior (que é desativado durante as tarefas cognitivas), os lobos parietais (que processam informações sensoriais) e o córtex frontal (envolvido no planejamento e na cognição complexa).

Há indícios de que, em adolescentes e adultos jovens, o sono ruim pode estar associado a alterações na conectividade dentro desta rede. Isso é importante já que nossos cérebros ainda estão se desenvolvendo na adolescência e no início da idade adulta.

O distúrbio desta rede pode ter, então, um efeito colateral na cognição, como interferência na concentração e no processamento baseado na memória, assim como em processos cognitivos mais avançados.

Alterações nos padrões de sono, incluindo dificuldade para pegar no sono e permanecer dormindo, são características significativas do processo de envelhecimento.

Estes distúrbios do sono são candidatos bastante plausíveis a ​​contribuir para o declínio cognitivo e transtornos psiquiátricos em pessoas idosas.

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