O que são comidas do fim do mundo? Alimentos, geralmente em pó e vendidos dentro de baldes, que
supostamente duram mais de 30 anos sem alteração no sabor ou na qualidade. Os
produtos são vendidos pela internet, mas também são fáceis de encontrar em
prateleiras de supermercados americanos. São vendidos normalmente na sessão de
camping, com preços chegando até aos US$ 100 (cerca de R$ 500), dependendo da
quantidade de refeições em cada balde.
Como funciona
A variedade dos kits à venda é grande. Dentro
dos baldes, podem vir diversos tipos de refeições, para café da manhã, almoço e
jantar. Até drinks e sobremesas estão no cardápio. Também existem as versões
unitárias, com pratos como strogonoff, lasanha e macarrão. Tem até opção sem
glúten, vegetariana, com menos açúcar e menos sódio.
A maioria dessas comidas estão desidratadas ou
até mesmo em pó. Para fazer os pratos, a indicação é colocar apenas um pouco de
água, sem necessidade de aquecer ou de usar energia elétrica. A brasileira
Gabriela Pereira mora na Califórnia há nove anos e já aderiu à cultura das
comidas de fim do mundo.
Ela contou ao g1 que viu
várias pessoas postando nas redes sociais que estavam comprando esse tipo de
comida e resolveu comprar também, além de compartilhar a realidade dela para os
seguidores do Brasil.
Hoje, ela e o marido têm 6 meses de comida estocada, considerando uma dieta de 2 mil calorias
por dia para cada um. Eles pagaram U$ 2,5 mil pelos baldes de refeições.
As chamadas comidas de emergência já fazem parte da vida dos norte-americanos há décadas. É comum que as pessoas estoquem água e alimentos para casos de desastres naturais e outras catástrofes em que precisem ficar isolados por um longo período. Mas, agora, o conceito viralizou e virou trend nas redes sociais com o nome de "comidas do fim do mundo". Nos vídeos mais populares, tiktokers mostram como são as refeições e experimentam os pratos, reagindo ao sabor e textura dos alimentos.
Além das comidas de
emergência e muitas garrafas de água, a brasileira e o marido estocam pasta de
dente, kit de primeiros socorros, itens de defesa pessoal, como colete à prova
de balas e até munição. Tudo fica guardado em um quarto, que é usado como depósito,
mas Gabriela conta que tem vontade de ter uma casa com um bunker.
"Pra
mim no início era uma loucura. Por eu ser do Brasil pensava ‘onde fui me
meter?'. Por mais que eu ache que eu deva ter essa comida, pra mim ainda é um
choque de realidade. Não é normal pra mim. Apesar de morar aqui, conviver com
americanos que fazem isso, não deixa de ser algo que me choca”, diz.
O que dizem os especialistas
A nutricionista Greice Arraes conversou com
o g1 sobre o
consumo desse tipo de comida no dia a dia e reforça que a
melhor forma de preservar as vitaminas e minerais dos alimentos é consumindo
eles in natura, ou com o mínimo de cozimento para preservar suas
características.
"Comidas desidratadas ou que passaram por
algum processo industrial dificilmente terão os mesmos micronutrientes. Além do
mais, analisando as listas de ingredientes das “comidas do fim do mundo”
percebemos que a grande maioria é pobre em fibras, pobre em proteínas e ricas
em açúcar e corantes. Portanto, vamos deixá-las para um caso de necessidade e
não consumi-las no dia a dia."
Tem no Brasil🤔?
Por aqui, esse tipo de kit ainda não é vendido nos supermercados. Pela internet, também há dificuldade de encontrar a 'comida do fim do mundo', como as dos Estados Unidos. Existem algumas opções voltadas para quem gosta de aventura e necessita de bagagens otimizadas para evitar pesos excessivos, com porções de comidas liofilizadas (desidratadas).
Por outro lado, já existem publicações nas redes sociais de brasileiros que ensinam a estocar
comida de outra forma, como em garrafas pet, por exemplo.
Informações G1
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