Flores do campo
Simples flores do campo,
em meu sítio, só há delas.
Não há rosas nem tulipas.
Satisfazem-me aquelas.
Singelas!
Mais que isto, às ditas amo.
Aquela beleza infinda,
naquele campo florido,
faz sentir-me moço ainda.
Lindas!
É quando, embevecido,
esvazio o pote da saudade.
“Saudade não é dor, é sintoma”.
Entorno a ampulheta do tempo.
Lamento!
O que, então, acontece?
Se crente na vida eterna,
elevo ao céu, uma prece.
Se não crente, sou eterno
pelas plantadas sementes.
Entrementes,
miro a casa onde vivo
e vejo no tempo que temos,
quartos demais,
gente de menos.
Em tal inesperado instante,
velho madrugador,
concilio:
presenças e ausências,
amor e dor.
Consolo-, pois, com elas.
As belas flores do campo.
Abundantes e singelas.
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