O Futuro no passado (e vice versa)
Quando eu era jovem (e isso já faz muito tempo) eu ficava fascinado com os livros de Júlio Verne. 20 Mil Léguas Submarinas; Da Terra à Lua; A Volta ao Mundo em 80 Dias. Essas e tantas outras obras dele em livros devorados vorazmente ou em filmes, me faziam efetuar viagens imaginárias pelo mundo ou pelo espaço sideral. E para espicaçar ainda mais a minha imaginação, ainda tinha a extraordinária série na TV, Jornada nas Estrelas, criada por Gene Rodenberry. Robôs quase humanos, naves espaciais, submarinos atômicos, telefones sem fio, inteligência artificial, sensores de aproximação abrindo e fechando portas, acendendo e apagando luzes, computadores conversando com as pessoas, computadores de bolso (essa é ótima. Lembro dos americanos apresentando numa revista a foto do computador mais moderno do mundo, que ocupava “apenas” um andar de um prédio).
Há
pouco tempo, conversando com um amigo da minha faixa etária, observávamos o
netinho dele jogando em um celular. E ele olhou para mim e comentou meio que
surpreso: “É. O futuro chegou, né”? O
futuro tem dessas coisas. As pessoas ficam esperando por ele, e quando ele
chega, elas nem sempre percebem. Gene Rodenberry faleceu há apenas 30 anos, e
mesmo ele, se voltasse aqui nos dias de hoje, se surpreenderia com o avanço
tecnológico obtido pela raça humana. Mas, em contrapartida às obras futuristas
como as de Verne e Rodenberry, há outras que nos remetem a um passado muito, muito
distante, que é a pré história. Além daqueles filmes que buscam recriar como
era a vida na pré história, temos também revistas como a do Brucutu, nos
quadrinhos, e desenhos animados como Os Flintstones. E todas cometem o erro de
colocar Seres humanos convivendo com dinossauros, e hoje sabe-se que estas duas
espécies nunca andaram juntas sobre a terra. Mas, são divertidas essas
estórias.
Recentemente
vi na TV a propaganda de um banco que junta a pré histórica Família Flintstone
com a futurista família Jetson. Adorei a criatividade. E aí minha imaginação
começou a voar, querendo saber como seria um desenho animado juntando as duas
famílias. Imagina só, os Flintstones, vestindo peles de animais, com seus
carros cujas rodas são os próprios pés dos motoristas e passageiros. A tesoura
de jardim é uma garça que Fred segura pelos pés e, conforme ele abre ou fecha
as pernas dela, ela abre ou fecha o bico podando as folhas. Os utensílios do larzão
sempre animais, sendo que o mamute é o mais versátil. Sua tromba é a torneira
da pia da cozinha, o chuveiro e o aspirador de pó. Fred e o amigo Barney
trabalham em uma pedreira, é claro, cujos tratores são brontossauros
amestrados. Agora imagina juntar essa família com outra cujo transporte é um
disco voador, o telefone é um celular e não um papagaio como o dos Flintstones,
um robô faz todo o serviço da casa, inclusive na cozinha, e o carro do Sr.
Jetson não precisa de estacionamento, pois se transforma em uma maleta, quando
é desligado.
Se eu pensar
mais um pouco eu vou fundir a cuca, e já sou doido que chega. Já dei o “mote”,
agora façam vocês suas divertidas viagens por esse mundo imaginário.
NE: Publicada em 2021
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