* OVNI *
Ao amigo, no infinito.
Madrugada
alta, em sonho,
acudiram-me
raiados lampejos,
ejetados de
uma nave circular,
em manso
pouso nas longínquas planuras
dos pampas da minha juventude.
Senti-me abduzido.
Seria um OVNI?
Foi quando, iluminado, constatei,
não se tratar de Objeto
Voador,
e sim, Ocasional
Vivência,
como outras tantas que
no retrovisor do tempo,
ora revejo.
Em estando,
como de fato estive,
navegante
solitário
naquela
nave-vida, rápida como a luz,
voltas muitas, dei ao mundo.
Falo de meu mundinho.
Recôncavo baiano,
mansas encostas marinhas
onde o vento, em curva, ajoelha-se.
Tamanho?
Um ponto, um pingo no ‘i’,
a cabeça de um alfinete.
Assim, ante tanta disparidade
entre tamanho e velocidade,
vi-me na idade de entender
ser a conformidade
o melhor prazer.
Calo-me, mas
aflito,
retorno ao
sonho antigo,
o de poder
um dia, no infinito,
Nenhum comentário:
Postar um comentário