quinta-feira, 18 de setembro de 2014

APAE Feira de Santana faz 30 anos... E mais 10



         “Não importa quem eles acreditem que tenha criado. O importante é que a APAE exista. Que se tenha a APAE. O que importa é que o excepcional tenha ajuda”.

         A APAE (Associação de Pais Amigos Excepcionais) é uma instituição filantrópica, que tem como missão promover e articular ações de defesa de direitos, prevenção, orientação, prestação de serviços e apoio às famílias, direcionadas a melhoria de qualidade de vida da pessoa portadora de deficiência intelectual, autismo e transtornos do desenvolvimento. Em Feira de Santana, a entidade atende diariamente 1000 pessoas, contando com uma equipe formada por profissionais de saúde que atuam nas áreas de Assistência Social, Fisioterapia, Fonoaudiologia, Psiquiatria, Terapia Ocupacional e Musicoterapia.

         Para garantir a inclusão dessas pessoas, a entidade dispões de uma escola especial que abrange um núcleo de educação básica e outro profissional, além de oferecer atividades esportivas. Todas as ações visam, desenvolver habilidades e superar as barreiras impostas pela deficiência.

Embora comemorando 30 anos neste ano de 2014, a APAE de Feira de Santana existia a muito mais tempo. Fundada pela senhora Yara Valverde em 1964, a entidade funcionou durante 10 anos sendo fechada em 1974 por falta de apoio. Dona Yara Valverde contou que teve uma criança excepcional. Certa feita viu um anuncio de um curso promovido pela APAE de São Paulo sobre pessoas com deficiência e foi fazer o curso para ver se estava educando a filha corretamente e teve uma decepção ao tomar conhecimento de que não se deve tratar um excepcional com muita dependência e era exatamente o que ela fazia.

Ao retornar para Feira de Santana Yara Valverde sentindo a necessidade de criar uma APAE, contando com apoio de pessoas da cidade criou a entidade. “Eu não criei a APAE para ganhar dinheiro, mas para que minha única filha que era excepcional melhorasse. Quem podia pagar pelos serviços prestados pagava, quem não podia era atendido mesmo assim”, revelou ela à época em que a nova APAE completava 25 anos de reaberta. A APAE funcionava na rua Visconde Rio Branco.

Yara Valverde contou que teve muita dificuldade em encontrar professores, porque alguns eram muito preconceituosos e ignorante quanto à questão do excepcional. Mas, ela conseguiu vencer e a APAE funcionou até 1974. Certa feita uma antiga sócia contribuinte disse a ela que diziam que uma outra pessoa havia fundado a APAE de Feira e ela respondeu: “Não importa quem eles acreditam que tenham criado. O importante é que a APAE exista. Que se tenha a APAE. O que importa é que o excepcional tem há ajuda”.

Reabertura        

          Em 1984 um grupo se uniu e reabriu a APAE, motivados pelo interesse de profissionais de saúde recém formados em Salvador, incluindo Ilka Silva Barreto, filha de Normando Barreto que se juntou a Rodival Monteiro, Aurino Soares de Melo e Arlindo Soares de Melo, membros da Loja Maçônica Harmonia Luz e Sigilo, e alugou uma casa para abrigar a entidade. O número de deficientes cresceu e foi necessário um local maior, foi aí que passou a funcionar em uma escola nos fundos da Loja Maçônica onde eram atendidas 50 crianças.

         Normando Barreto conta que o número de crianças foi aumentando e eles conseguiram a doação de um terreno da Prefeitura Municipal, nas proximidades do Centro de Abastecimento, onde funciona até hoje. “Fizemos bingos, rifas e convenios com os governos Municipal e Estadual para construir a sede”.  Ele presidiu a APAE durante 15 anos e se diz “muito realizado, pois não foi um trabalho que eu fiz com o intuito de receber uma recompensa. Me sinto regozijado com este trabalho em benefício dos alunos especiais”.

Um comentário:

Mary Portugal Makhoul disse...

APAE FEIRA, 30 anos de trabalho dedicado a pessoas com deficiência intelectual e autismo.
Obrigada pela divulgação, Cristovam Aguiar e Maura Sergia!!!