
As coisas ficariam mais fáceis se as
pessoas fossem sinceras para consigo mesmas e para com os seus semelhantes. Não
dá pra ser feliz fingindo ser o que não se é. Quando agimos contra a nossa
consciência algo lá por dentro se rebela e os sentimentos de revolta e
frustração afloram. E quando isso acontece procuramos uma válvula de escape e
descarregamos a nossa raiva sobre os nossos semelhantes.
Vou citar um fato recente: Há alguns
meses o time do grêmio foi jogar no Peru e lá a torcida local maltratou o
jogador Tinga por ser negro. Para tanto, faziam sons com a boca imitando
macacos. Houve muita revolta no Brasil, exigiu-se uma punição por parte da
Confederação Sulamericana de Futebol e em todos os estádios houve manifestações
contra o racismo, com total apoio da imprensa.
Na semana passada a equipe do Santos
Futebol Clube foi jogar na arena do Grêmios. Curiosamente aquela mesma torcida
que se revoltou contra os peruanos pela atitude racista, usou dos mesmos
artifícios para hostilizar o goleiro santista chamando-o de macaco. Se poderá
dizer que são atitudes isoladas de alguns membros da torcida e não de toda ela.
É verdade. Mas, o fato que permanece é que o racismo e a intolerância estão
presentes no dia a dia de nós brasileiros e em todo o resto do mundo.
Mas, quando eu falo de racismo e
intolerância eu não estou falando apenas dos brancos em relação aos negros.
Mas, também dos negros em relação aos brancos, dos protestantes em relação aos
demais cristãos, dos ricos em relação aos pobres, dos pobres em relação aos
ricos, e por ai vai. A verdade é que algumas pessoas se sentem incomodadas ante
a presença de outras pessoas que sejam diferentes delas, que não tem a mesma
cor de pele delas, a mesma religião ou condição social.
Não seria mais fácil se assumíssemos
estas posições? Para que fingir que aceitamos e até gostamos do convívio e da
presença de pessoas diferentes de nós, se na verdade nós não as toleramos? Eu
não tenho preconceitos. Mas, existem pessoas das quais não gosto e com as quais
não quero compartilhar o meu dia a dia. Nestes casos eu busco deixar claro para
essas pessoas que não desejo a amizade nem proximidade com elas. Dessa forma
evito uma convivência fingida que irá me deixar mal comigo mesmo. Eu prefiro
ficar mal com os outros e ficar bem comigo.
Não maltrato ninguém mas, também não
quero ser maltratado. Se alguém acredita que mesmo não gostando de mim poderá
se aproximar e fingir amizade, está perdendo o seu tempo. Porque certamente eu
não irei gostar dessa pessoa e não vou fazer a menor questão de interagir com
ela. Assim, vivendo sendo sincero e honesto comigo mesmo e com outros, eu me
sinto melhor. Se todos agissem dessa forma nossa convivência neste mundo seria
bem melhor.
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