«Não há árvore boa que dê mau fruto; nem tampouco árvore má
que dê bom fruto. Pois cada árvore se conhece pelo seu fruto. Os homens não
colhem figos dos espinheiros, nem dos abrolhos vindimam uvas. O homem bom do bom tesouro do
seu coração tira o bem, e o homem mau do mau tesouro tira o mal; porque a sua
boca fala o de que está cheio o coração.» (Lucas 6:43-45)
Eu
nunca vi alguém listar suas próprias qualidades negativas, com exceção daqueles
momentos acalorados pelos acontecimentos que se debatem sobre cada um, onde a
boca vira uma metralhadora a expelir ofensas contra si e contra todos que
estiverem em seu raio de domínio existencial.
Todo
mundo é um bom fruto, ninguém nunca teve uma encarnação fora dos padrões
comportamentais e, a maioria dos que assim relata, é simplesmente para se
mostrar intrépido e excêntrico.
É
até bom que a preferência seja pela bandeira do bem. O mundo seria horrível se
a valorização da vida fosse ao contrário.
Você
pode se colocar no lugar de fruto de uma árvore e verificar a qualidade desta
ou do pomar que lhe deu origem. Não se deve fazer um julgamento de uma árvore
apenas por um fruto que nasceu “peco” ou “murcho”, um fruto que foi excluído de
suas origens ou espetacularmente saudável. É aconselhável se verificar a safra.
Você
também pode se colocar no lugar da arvore e verificar a qualidade dos frutos
que você tem semeado sobre o planeta terra. Também não vá julgar a si por um
fruto de sua safra que não atingiu o padrão de qualidade. No nosso caso, cada
árvore é dupla e composta de pai e mãe. A culpa e os méritos são divididos.
Vamos
lembrar que em nossa sociedade terrena, muitos padrões de qualidade são
simplesmente estigmas comerciais, sociais ou profissionais. Não têm nada há ver
com um fruto bom ou ruim.
Esses
estigmas são tão fortes que é comum se ouvir de alguém a frase, “meu nome é trabalho”, como se ele fosse
um fruto que veio ao planeta terra com a missão exclusiva de ganhar dinheiro para, ao retornar a pátria
espiritual, transferir esses valores via correio, banco ou consórcio funerário
e abrir um “ganha-pão” nas imediações do Umbral.
Também
essa história que: “aos familiares, tudo.
Aos estranhos a lei”. É um reflexo que não se combina com espiritualidade. Não
precisa ninguém dar as costas a um irmão necessitado só porque este não nasceu
de sua árvore familiar.
Quem
conhece o processo reencarnatório sabe que aquele solicitante que, no momento,
não faz parte de sua família, pode, muito bem, ter sido aquele fruto desgarrado
de uma árvore que, talvez um dia, tenha sido sua origem.
Se
seus antecedentes são espelho do bem, então você e um bom fruto, mesmo que
alguns frutos tenham sido desgarrados ou excluídos.
Se, no seu caso, os seus
frutos não lhe causam vergonha, então, você é uma boa árvore.
Conrado Dantas
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