segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

O grande perguntador



Na Europa, mas precisamente na França, lá pelo século XVIII, se acendeu o farol intelectual da civilização ocidental num movimento chamado de Iluminismo. Foi com esse movimento que Paris passou ser conhecida como “A Cidade Luz”.
Já entrando no clima primaveril do outro movimento chamado “Romantismo”, nasce em 03 de outubro de 1804, na cidade de Lyon, Hippolite Léon Denizard Rivail, que, mais tarde, se tornaria conhecido por Allan Kardec.
Denizard Rivail era bacharel em Letras e Ciências, falava fluentemente vários idiomas e seu objetivo estava focado na educação, por isso, escreveu vários livros pedagógicos.
Depois de uns incidentes financeiros, Rivail, para sobreviver, começou a escrever livros didáticos e a trabalhar como contador de três firmas comerciais. Ministrou cursos de Física, Química, Astronomia e Anatomia Comparada.
Por casualidade do destino Denizard foi convidado a visitar uma sessão de “mesas falantes” que estava muito em voga em Paris.
Curioso, Rivail começou sua maratona de perguntas e respostas. O interessante é que primeiro surgiram as respostas depois vieram as perguntas.
Nesse ínterim, Denizard, recebeu de amigos adeptos ao movimento das “Mesas”, mais de 50 cadernos com anotações que passaram pelo crivo do “Espírito da verdade” e com o aval de vários outros. Denizard organizou todo o material em forma de perguntas e respostas para dar um cunho mais pedagógico ao que ele chamaria de “Espiritismo”. Sendo assim, Denizard lançou, em Paris, em 18 de abril de 1857  o primeiro livro da linha espírita “O livro dos Espíritos”.
No Capítulo da Lei Divina ou Natural, há uma bela explicação sobre fazer o bem:
“Não há quem não possa fazer o bem. Somente o egoísta nunca encontra ensejo de o praticar. Basta que se esteja em relações com outros homens para que se tenha ocasião de fazer o bem, e não há dia da existência que não ofereça, a quem não se ache cego pelo egoísmo, oportunidade de praticá-lo. Porque, fazer o bem não consiste, para o homem, apenas em ser caridoso, mas em ser útil, na medida do possível, todas as vezes que o seu concurso venha a ser necessário.”
A essa explicação, Denizard acrescentou, antes, a pergunta de número 643: 
“Haverá quem, pela sua posição, não tenha possibilidade de fazer o bem?”
As vezes chegamos a pensar que Denizard entrevistava os espíritos levando lápis e papel. Foi ao contrario. Para cada resposta previamente anotada, ele acrescentava a pergunta correspondente para dar um cunho bem didático já que essa era sua especialidade profissional.
Sendo assim Denizard fez mais um livro paradidático, com mais de mil perguntas e respostas, para a nova linha doutrinária, “O espiritismo”.
Essa explicação vale uma boa reflexão. Tudo que você faz, pensa ou diz dos outros e que você ficaria feliz se alguém fizesse o mesmo com você, isso é o bem.
Quando você se permite ser magoado por palavras ou atitudes não praticadas por você, isso é o mau.
Ninguém consegue praticar o mau a outro, sem que esse o permita.
Todo mau não absorvido será devolvido a quem o praticou.
Conrado Dantas

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