Na última semana de trabalhos legislativos de 2014, os parlamentares 
terão uma pauta extensa para se debruçar na Câmara e no Senado. Itens 
como a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), na pauta desta terça-feira
 do Congresso, e a proposta orçamentária de 2015 estão entre as 
prioridades. Poucos assuntos, no entanto, interessam tão diretamente aos
 congressistas do que o projeto que eleva seus vencimentos dos atuais R$
 26,7 mil para R$ 33,7 mil. Igual valor deve ser estendido aos ministros
 de Estado e à presidente Dilma Rousseff. O reajuste, de 26,33%, 
equivale à reposição da inflação acumulada, segundo o IPCA, nos últimos 
quatro anos, período em que os parlamentares não receberam aumento 
salarial.
Para valer, o texto precisa ser votado pelas duas Casas e depois 
promulgado – por ser um decreto, não passa pelo crivo presidencial para 
entrar em vigor. A proposta deve ser apresentada oficialmente pelo 
presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), em meio às 
discussões sobre o aumento da remuneração dos ministros do Supremo 
Tribunal Federal (STF) e do procurador-geral da República – dos atuais 
R$ 29,4 mil para R$ 35,9 mil. Esses dois vencimentos servem de teto para
 o funcionalismo público. O projeto que aumenta a remuneração de 
magistrados e procuradores aguarda a votação no plenário da Câmara.
Autores da proposição, o Supremo Tribunal Federal (STF) e o 
Ministério Público da União (MPU) alegam que o valor pretendido é 
resultado da reposição das perdas inflacionários, de 2009 a 2013, somada
 à projeção do IPCA para 2014. Só o reajuste para os magistrados e 
integrantes do Ministério Público da União deve causar efeito cascata 
aos cofres públicos de R$ 875 milhões por ano. Mas, somado ao aumento do
 Legislativo, que também deve se refletir nos legislativos estaduais, o 
impacto financeiro deve passar de R$ 1 bilhão.
Lobby da magistratura
Os juízes, no entanto, reivindicam mais. Eles cobram a aprovação de 
uma proposta de emenda constitucional (PEC 63/2013), que aguarda votação
 no plenário do Senado, que prevê um adicional por tempo de serviço que 
pode aumentar em até 35% a remuneração de magistrados e integrantes do 
Ministério Público. Na Câmara, entidades que representam a categoria 
esperam pela aprovação da proposta que cria a chamada gratificação de 
substituição para magistrados que acumularem funções por mais de três 
dias úteis.
O benefício, que foi vetado em outra proposição pela presidente 
Dilma, pode engordar em até um terço o contracheque dos integrantes do 
Judiciário que atuarem, por exemplo, em mais de uma corte ou 
substituírem colegas em férias ou licença. Com o aumento do reajuste e 
os outros dois benefícios, magistrados poderão receber até R$ 50 mil por mês.
 Ou seja, acima do teto constitucional. O governo federal resiste às 
duas mudanças, alegando que elas implicarão impacto financeiro 
bilionário aos cofres públicos. (Congresso em Foco)

 
 
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