A mente humana é mais complexa. Seguindo seus estímulos
naturais, mas capazes de efetuar combinações tais como “motivo e oportunidade”,
um ser humano é capaz de realizar as mais incríveis proezas, sejam elas boas ou
más. E neste turbilhão de sentimentos e emoções, qualquer faísca pode incendiar
o mundo inteiro. Apesar de toda evolução tecnológica que obtivemos, no nossa
essência, ainda não deixamos as cavernas.
Eu vejo o mundo mergulhado numa crise total. Valores como
moral, respeito, honestidade, civilidade, generosidade, compaixão, amizade,
conhecimento, entre outros, que nos tornam diferentes dos animais selvagens,
estão sendo esquecidos, ignorados, ironizados, avacalhados. E isso já vem de
há muito tempo.
Deixamos de cumprimentar
os vizinhos, de socorrer alguém em dificuldade para não nos envolver nos
“problemas dos outros”, não sabendo que são problemas nossos também. Deixamos
que outros decidam por nós os nossos destinos, sem nos consultar. Deixamos de
castigar nossos filhos quando desobedientes ou vândalos, e até a estimulá-los à
rebeldia e ao desrespeito ao próximo. Tiramos a autoridade dos professores. E o
pior é que não temos exemplos a seguir, não temos bons líderes.
Passamos a valorizar mais o bandido que o mocinho. Por
que um trabalhador tem que se contentar com um salário mínimo por uma jornada
de oito horas, enquanto um bandido preso recebe quase R$ mil Reais e o Estado
ainda gasta cerca de R$ 3 mil, retirados, dos nossos impostos, para mantê-lo
preso com direito a casa, comida, roupa lavada, assistência médica e encontros
íntimos?
Trocamos os déspotas esclarecidos pelos déspotas
ignorantes. Aceitamos receber dinheiro sem trabalhar, por pura falta de
vergonha na cara, e nos contentamos com esmolas. Aceitamos trabalhar quatro
meses por ano só para pagar impostos que invariavelmente são desviados para os
ladrões do dinheiro público. Molestamos nossas crianças, as tratamos como
adultas, e os adultos como crianças.
Não nos motivamos a ir às ruas e protestar contra este
estado de coisas, enquanto que os ladrões fazem banquetes e atos públicos de
desagravo aos seus pares. Vocês podem pensar que eu estou falando do Brasil. Nunca
uma frase me soou tão verdadeira: “deixei de procurar monstros embaixo da cama,
quando descobri que eles estavam dentro das pessoas". A porta do hospício
está aberta e os doidos estão no poder.
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