Nada melhor do que ouvir a voz de
quem tem experiência.
Ana Jaicy Guimarães é uma dessas
pessoas cheia de experiências espirituais e jamais alguém beberá suas palavras
sem se inebriar de sua ternura.
Conta Ana Jaicy que durante seu
tempo de colegial, ela viveu o papel de filha preferencial de um casal no
interior de seu estado. Lá, ela
presenciou uma lição para não ser esquecida, jamais.
Esse casal ganhava seu sustento vendendo
miúdos de boi de porta em porta.
Um dia, por força do acaso, esse
senhor se deparou com algumas crianças a brincar numa vereda nas adjacências da
cidade.
Elas contaram que sua mãe, chamada
“Dona Benedita”, morava num casebre bem ali ao lado. Como essas crianças ainda não tinham se
alimentado esse comerciante ambulante lhes doou todo o resto dos “Miúdos” que
estava em sua carroça.
Os meninos lhe contaram que quando
não tinham o que comer Jesus sempre dava um jeitinho e mandava comida para
eles. Tinha dia que ele se esquecia, mas depois ele se lembrava e mandava em
dobro.
Justificando essa fé em Jesus a
meninada seguiu levando os miúdos e gritando: “Mãe Benedita, Jesus chegou e
trouxe comida”.
Por circunstância do destino Ana
Jaicy se mudou para o Rio de Janeiro, constituiu família perdendo assim o contato
com seus pais acolhedores.
Certa feita ela soube que esse
senhor, já velhinho, estava no Rio de
Janeiro se tratando de um câncer num hospital próximo a sua residência.
Nesse mesmo período Divaldo Franco
estaria na casa de uma amiga de Ana Jaicy e esta fez questão de levar esse
senhor para esse encontro.
Durante o encontro. Num momento de
expectativa ele perguntou.
– Divaldo, eu vou ficar bom? Divaldo
ouvindo as palavras de alguém que já não pertencia a este mundo falou: - Não,
você vai desencarnar!
Silêncio geral. Divaldo remediando
o susto continuou: - quem mandou esse recado foi dona Benedita que está aqui ao
meu lado.
Dona Benedita havia desencarnado
há um certo tempo.
Minutos depois, o senhor, com voz
trêmula, balbuciou: “Eu só queria fazer dois pedidos. Eu queria poder terminar
a casa dos meninos de dona Benedita e depois morrer sem sentir dor”.
Divaldo lhe transmitiu que a
autorização do seu desejo acabara de ser concedida por dona Benedita. Foram as
lágrimas mais felizes que rolaram no rosto de seu José.
Milagrosamente os médicos lhe
deram alta temporária e assim, ele conseguiu terminar a casa dos meninos
trabalhando como pedreiro. Dias depois, esse velhinho veio a falecer sem sentir
nenhum sinal de sofrimento.
Geralmente se acredita que para
ser uma pessoa de Deus tem que ser espírita, memorizar todo evangelho ou
freqüentar assiduamente alguma religião. Ana Jaicy não fez nenhuma dessas referências
a Dona Benedita.
Nenhuma escola, nenhuma formação
acadêmica, nenhuma religião, nenhum evangelho credencia ninguém a nada se este
não cultivar a gratidão em seu coração.
Que essa lição não seja esquecida,
jamais.
Conrado Dantas
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