terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Uma lição para não ser esquecida



Nada melhor do que ouvir a voz de quem tem experiência.
Ana Jaicy Guimarães é uma dessas pessoas cheia de experiências espirituais e jamais alguém beberá suas palavras sem se inebriar de sua ternura.
Conta Ana Jaicy que durante seu tempo de colegial, ela viveu o papel de filha preferencial de um casal no interior de seu estado. Lá, ela presenciou uma lição para não ser esquecida, jamais.
Esse casal ganhava seu sustento vendendo miúdos de boi de porta em porta.
Um dia, por força do acaso, esse senhor se deparou com algumas crianças a brincar numa vereda nas adjacências da cidade.
Elas contaram que sua mãe, chamada “Dona Benedita”, morava num casebre bem ali ao lado.  Como essas crianças ainda não tinham se alimentado esse comerciante ambulante lhes doou todo o resto dos “Miúdos” que estava em sua carroça.
Os meninos lhe contaram que quando não tinham o que comer Jesus sempre dava um jeitinho e mandava comida para eles. Tinha dia que ele se esquecia, mas depois ele se lembrava e mandava em dobro.
Justificando essa fé em Jesus a meninada seguiu levando os miúdos e gritando: “Mãe Benedita, Jesus chegou e trouxe comida”.
Por circunstância do destino Ana Jaicy se mudou para o Rio de Janeiro, constituiu família perdendo assim o contato com seus pais acolhedores.
Certa feita ela soube que esse senhor, já velhinho, estava no Rio de Janeiro se tratando de um câncer num hospital próximo a sua residência.
Nesse mesmo período Divaldo Franco estaria na casa de uma amiga de Ana Jaicy e esta fez questão de levar esse senhor para esse encontro.
Durante o encontro. Num momento de expectativa ele perguntou.
– Divaldo, eu vou ficar bom? Divaldo ouvindo as palavras de alguém que já não pertencia a este mundo falou: - Não, você vai desencarnar!
Silêncio geral. Divaldo remediando o susto continuou: - quem mandou esse recado foi dona Benedita que está aqui ao meu lado.
Dona Benedita havia desencarnado há um certo tempo.
Minutos depois, o senhor, com voz trêmula, balbuciou: “Eu só queria fazer dois pedidos. Eu queria poder terminar a casa dos meninos de dona Benedita e depois morrer sem sentir dor”.
Divaldo lhe transmitiu que a autorização do seu desejo acabara de ser concedida por dona Benedita. Foram as lágrimas mais felizes que rolaram no rosto de seu José.
Milagrosamente os médicos lhe deram alta temporária e assim, ele conseguiu terminar a casa dos meninos trabalhando como pedreiro. Dias depois, esse velhinho veio a falecer sem sentir nenhum sinal de sofrimento.
Geralmente se acredita que para ser uma pessoa de Deus tem que ser espírita, memorizar todo evangelho ou freqüentar assiduamente alguma religião. Ana Jaicy não fez nenhuma dessas referências a Dona Benedita.
Nenhuma escola, nenhuma formação acadêmica, nenhuma religião, nenhum evangelho credencia ninguém a nada se este não cultivar a gratidão em seu coração.
Que essa lição não seja esquecida, jamais.
Conrado Dantas

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