Viver nas ruas fica ainda mais difícil nos
meses mais frios do ano. Devido a isso, a Prefeitura de Feira de
Santana, por meio da equipe do Consultório na Rua, da Secretaria de
Saúde, tem levado assistência a quem vive nesta situação e doado
cobertores e agasalhos a pessoas em situação de vulnerabilidade social.
Ofertam mais do que cuidado: transmitem amor.
Desde junho, a equipe tem distribuído
roupas para amenizar o frio. A ação foi resultado de uma campanha
coordenada pela Atenção Básica, que contou com a solidariedade da
comunidade e da própria rede de saúde.
“Ofertamos o atendimento clínico,
psicológico e social”, afirma a enfermeira técnica do programa, Darlene
Santos. Durante as ações noturnas os pacientes em situação de rua
também recebem alimentos.
Médico do programa, Ritze Viegas ressalta
que a assistência prestada nesse período é intensificada. As baixas
temperaturas para quem já possui uma patologia podem ser um agravante à
saúde, a exemplo de quem já possui um quadro de tuberculose. “Problemas
respiratórios podem levar a um quadro de pneumonia”.
“Asseguramos a assistência ao paciente
para reduzir os danos e que ele não venha a ter complicações”, afirma.
No entanto, nem sempre aderem ao tratamento. Deixam de seguir as
orientações e de tomar as medicações que são fornecidas gratuitamente.
“Há também casos de pacientes que deixam a cidade, que estão de
passagem. São aqueles itinerantes”, acrescenta.
Busca ativa
Estão cadastrados 424 pacientes no
programa, que foi implantado há cinco anos pela Prefeitura. “A média
mensal de pessoas atendidas é de 320. No entanto, nem sempre aquele que
recebe o acompanhamento está cadastrado”, diz a enfermeira Darlene
Santos.
Nas ações, que também ocorrem durante o
dia, os profissionais de saúde percorreram os principais pontos de
concentração dos moradores de rua, como os bairros Cidade Nova e
Kalilândia, Praça da Matriz e as avenidas Presidente Dutra e Getúlio
Vargas.
“Geralmente vão conviver nas ruas por
questões de conflito familiar, por achar que nas ruas encontrarão a
liberdade, também devido a transtornos mentais e o uso de drogas”,
afirma a enfermeira.
Segundo ela, nem sempre aceitam ir para a
casa de passagem ou quando resolvem ir, ficam por pouco tempo. “A
convivência nas ruas e a dependência das drogas tiram a autoestima e
também a autoimagem, até de maneira inconsciente”, observa o psicólogo
João Cardoso.
Quem não tem documentos ou os perdeu, são
encaminhados para órgãos que os emitem. O serviço é viabilizado por meio
de parceria entre a Prefeitura, cartórios, SAC e Defensoria Pública.
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