sexta-feira, 24 de janeiro de 2020

Baianos premiados pela Nasa superaram 83 países

Um empreendedor que começou no ônibus, um garoto do interior que vem a capital para estudar. Outro que sonhava em conhecer a Disney e quandro criança queria ser astronauta. Aquele que precisa trabalhar o dia todo e estudar a noite. O futuro administrador que sonha em fazer algo grande e ajudar os outros. Olhando de longe, apesar de bastante diferentes, os perfis podem se encaixar nas histórias de muitos estudantes. O feito desses cinco baianos, no entanto, é único: a equipe venceu o maior Hackathon do mundo, promovido pela Nasa – o Nasa Space Apps Challenge 2019 – e agora prepara as malas para conhecer a sede da entidade nos Estados Unidos (EUA).

Com idades entre 18 e 23 anos, a equipe formada por Antônio Rocha, Genilson Brito, Pedro Dantas, Ramon Santos e Thiago Barbosa e batizada de Cafeína, superou 2.076 projetos vindos das 230 cidades de 83 países diferentes onde etapas do evento foram realizadas, e foi uma das seis ideias premiadas na competição. O intuito da Nasa é buscar ideias inovadoras em diferentes categorias do conhecimento. Composto por três estudantes de administração, um de engenharia química e um de análise e desenvolvimento de sistemas, o grupo venceu mundialmente na categoria ‘melhor uso de hardware’ com um projeto para cuidar dos oceanos.
(Foto: Divulgação)
Com o nome de Ocean Ride (ou carona no oceano, em tradução livre), o projeto dos garotos criou um dispositivo para recolher partículas de micro plástico das águas, ajudando a limpá-las. Para realizar o ‘serviço’, o aparelho seria acoplado a grandes embarcações como navios de cruzeiro, cargueiros, ou plataformas de petróleo e atuaria como um ‘imã’ no mar. Como premiação, os jovens irão conhecer o Nasa Kennedy Space Center, na Flórida, nos Estados Unidos, e ter a oportunidade fazer a apresentação do projeto para a Agência Aeroespacial Americana. 
O sucesso da equipe baiana veio já no segundo ano de realização do evento em Salvador. Por aqui, foram 29 equipes formadas com os 250 jovens selecionados para participar entre os 525 inscritos no evento. Depois de vencer em casa, o Ocean Drive foi encaminhado para análise de equipes da própria agência americana e em dezembro já havia sido anunciado entre as 30 melhores ideais do mundo. Na última quarta-feira (22), a notícia da vitória chegou
Representante oficial do Nasa Space na Bahia, Leka Hattori, comemorou a vitória histórica. “Um projeto brasileiro, baiano, estar entre as trinta melhores ideias de inovação do mundo já é de se comemorar. Desde já, com a resiliência necessária a todo empreendedor, estamos avançando. A Bahia pode ser um vale do silício, mesmo com as adversidade e limitações de recurso, os olhos do mundo viraram para Salvador. A gente chegou no máximo de inovação possível, muito bom poder proporcionar isso para essas mentes brilhantes que a Bahia tem”, comemora.
Leka explica que existe um tripé que foi responsável por transformar o tão famoso Vale americano naquilo que é: o apoio do poder público, investimentos da iniciativa privada e o envolvimento da educação e das universidades.”Esse projeto que venceu não é o case de um projeto que já chegou pronto e com uma ideia muito boa apenas. Foi um projeto construído desde a base, da divulgação do evento”, conta Leka. Além da equipe baiana, outro grupo de São Paulo, venceu em outra categoria, com um projeto que envolve o cuidado com as manchas provocadas pelo óleo nas praias.  

Incentivo
A equipe Cafeína começou a se formar, justamente, pelo envolvimento da universidade em projetos de inovação. É que Antônio, Pedro e Genilson, os três primeiros a integrar a equipe, cursavam juntos a disciplina informática aplicada à administração, no curso de Administração da Universidade Federal da Bahia (Ufba) quando foram desafiados.
A professora dos garotos, Isabel Sartori, conta que a iniciativa faz parte de um projeto de extensão da Escola de Administração da Ufba. “Esse é um trabalho que a gente vem fazendo, de ter professores que têm uma relação mais motivacional com os alunos no início do curso, estimular as características empreendedoras e relacionadas com técnologia. Estimulando a gente integra universidade e sociedade e a gente mostra que o aluno já pode atuar, não precisa esperar formar para atuar na sociedade”, comenta. Click aqui e leia matéria completa no Correio .

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