sexta-feira, 24 de janeiro de 2020

Eleição para prefeito começa a ser desenhada

O jogo da sucessão feirense está sendo jogado e os prazos estão se encerrando.
O PT confirmou a candidatura de Zé Neto, que retoma a disputa mais vez, dentro da mesma estratégia política. Faz isso em um momento em que o PT ocupa a curva descendente do poder- acossado pelas denúncias de corrupção-, embora a Bahia ainda seja o maior reduto petista. Com maior aprovação inicial nas pesquisas, está otimista. A  sua maior dificuldade sempre foi agregar pessoas, tendo preferido não criar sombras à sua hegemonia. Por outro lado, isso sempre dificultou seu crescimento.
Dayane Pimentel se elegeu na onda bolsonarista, mas preferiu afastar-se do Presidente antes mesmo de converter sua amizade em resultados para Feira, e ficou com o PSL, de Bivar, e com o  marido na órbita de ACM Neto.  O que não deixa de ser uma peça no xadrez para o prefeito da capital. Ela terá tempo de TV e um orçamento milionário, mas sofrerá por ser desconhecida, não ter o que mostrar, e depender da amplidão que os recursos serão capazes de conquistar. A migração de votos em uma cidade que teve um voto cristalizado por 20 anos, não é fácil.

O DEM, de ACM Neto, irá de Targino, que já anunciou que não abre mão da candidatura. Embora  tenha estado ao lado de Ronaldo, em todos esses anos, sempre foi mais engolido, que amado,  e tem diferenças insolúveis com Colbert. É dono de muitas rejeições o que lhe dificulta os avanços, mas sem dúvida que  é um dos fatores que tem embolado o meio campo.
O Novo quer marcar espaço, com seu candidato, Carlos Medeiros,  e Geilson, da base de Rui, irá com o Podemos. Geilson deu um salto triplo carpado no final da eleição, e certamente esperava mais de Rui do que obteve. Todos os carlistas que migraram – deveria ser uma lição-, passaram pelo mesmo calvário, exceto Otto Alencar seu grupo, hoje, um grande fiador do governo Rui e o de maior poder no Estado, afinal, conseguiu até eleger Coronel, Senador, dando um chega para lá histórico em Lídice da Mata.
Colbert já anunciou que será candidato e terá o apoio de Ronaldo, o que faria sua candidatura ser muito forte, mas Ronaldo até agora não bateu o martelo, sempre preferindo tergiversar do que assumir. Certo que Colbert reduziu sua votação quando aderiu a Ronaldo e que este não o elegeu deputado, mas não se pode desprezar o poder de uma Prefeitura com dinheiro e obras e a experiência política de Ronaldo e seu papel de grande eleitor. Colbert tem mostrado nova disposição no governo, com uma comunicação muito positiva, e uma série de obras que incluem o prolongamento das avenidas, projeto Centro, Shopping Popular, Centro Cultural no Tênis e até o malfadado BRT.
Ronaldo vive a Escolha de Sofia, de abraçar-se de corpo e alma a Colbert,  sem o apoio de ACM Neto e do DEM que parecem correr, de forma inédita, em outra raia. Ao que parece, o final da campanha para governador deixou alguma sequela. Como Ronaldo nunca criou lideranças para sua sucessão, Colbert, é sua melhor opção, até porque o prefeito manteve seu Secretariado, segurou as barras, cumpriu os compromissos assumidos, e foi fiel, o que tornaria a traição algo difícil de ser engolido.
Enfim, como há uma série de combinações possíveis, com esses atores em cena, devem estar ocorrendo mais negociações do que em um dia de segunda-feira no Centro de Abastecimento.
Está tudo certo. E nada. (Tribuna Feirense)

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