Pesquisadores da Universidade de Montana, nos Estados Unidos, observaram
que espécies diferentes de pássaros podem repassar informações entre si
com o intuito de alertar sobre predadores. Essa habilidade foi descrita
em um novo estudo, publicado na revista científica Nature
a partir de um experimento. Nele, pássaros da espécie
chapim-de-cabeça-preta serviam como informantes. Depois, exemplares de
trepadeira-azul-do-canadá transmitiam o comunicado aos seus vizinhos.
Os pássaros chapim possuem
uma grande variedade de sons em seu vocabulário: são cerca de 50
diferentes. Entre eles, há avisos específicos para situações de perigo,
fome ou até mesmo sobre seu status de relacionamento, uma forma de
atrair as fêmeas.
Ao avistar um predador, como uma coruja ou um gavião, chapins fazem um barulho repetitivo, que soa como “chickadee-dee-dee”
– não à toa, chickadee é também seu nome popular em inglês. Quanto mais
“dees”, maior o risco que a ameaça representa.
O sinal é como uma convocação. Isso
quer dizer que ele não tem a intenção de fazer com que os pássaros se
escondam, mas sim que cantem ainda mais alto para irritar e afastar o
animal indesejado. Esse comportamento invocado é chamado de mobbing.
Nele, os pássaros ficam voando em direção ao predador, sem encostar
nele, enquanto gritam de forma perturbadora. Sabe aquela sensação de
quando alguém raspa a faca no prato? Pois é. Algo irritante assim pode
ser suficiente para fazer um intruso voar para longe.
Ao ouvir o sinal, as
trepadeiras-azuis-do-canadá se apressavam a repassar a informação aos
semelhantes, avisando sobre a ameaça. Mas não pense que os bichos
reagiam a qualquer sinal da mesma maneira. Apesar de transmitirem o
alerta, o som era emitido em frequência diferente da que seria utilizada
caso a própria espécie tivesse visto o invasor.
A técnica serve para avisar que a informação surgiu de um terceiro – e poderia, quem sabe, não ser 100% confiável. É
como se as aves dissessem “estamos em alerta máximo e recebemos dos
chapins que há algo por aí, mas não o verificamos”, explicou Erick
Greene, pesquisador que integrou o estudo, em entrevista à National Geographic. (Super Interessante)
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