O Ministro Lewandowski, do STF, de quem nunca se esperou nada mesmo,
exceto o alinhamento com a proteção a quem lhe nomeou e resultou no
inacreditável impeachment sem perda de direitos políticos, como ele fez
com Dilma- uma jabuticaba brasileira-, usou um argumento sofista para
atacar a Lava-Jato, como sempre, em entrevista ao EL País:
"Infelizmente, no Brasil, o combate à corrupção sempre foi um mote para
permitir que se promovessem retrocessos institucionais. Foi assim na
época do suicídio de Getulio Vargas, foi assim em 64. É uma visão
moralista política do combate à corrupção, a meu ver, absolutamente
deletéria. O combate à corrupção tem que ser feito diuturnamente,
permanentemente, mas existem outros males igualmente graves no Brasil: a
má distribuição de renda, a exclusão social, o sucateamento da
educação, a precarização da saúde pública. São males que equivalem, se
não são superiores, ao mal da corrupção.”
É exatamente o contrário: a desculpa do garantismo e do retrocesso
institucional sempre foi usado para limitar o combate a corrupção e
proteger seus agentes com o foro privilegiado ( não é a toa que o STF
levou 50 anos sem condenar nenhum político, algo que chega a ser
escandaloso). Por outro lado, ele ainda relativiza a corrupção dizendo
que há males piores quando, em verdade, a corrupção é a contribuinte
direta dos outros malefícios.
Lewandowski sempre oferece o pior de si mesmo, achando que a embalagem
sonega seu comprometimento ideológico e sua permissividade com os
corruptos. É revoltante.
(Tribuna Feirense)
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