Brasil, ame-o ou deixe-o
Usei
como título essa frase que foi marca do governo militar na década de 79,
justamente para exemplificar que, dependendo do contexto, uma frase pode ser
considerada boa ou ruim. Aqueles que combatiam o governo de Médici (inclusive
eu) avacalhavam a frase como símbolo de um nacionalismo fajuto promovido por um
regime que espancava, prendia, torturava e matava quem contestasse suas ideias
e ideais, mesmo que fosse um inocente cidadão exemplar. Porém, hoje eu vejo
essa frase com simpatia, pois ela me remete ao meu patriotismo, me animando a
sentir orgulho de ser brasileiro, coisa que perdi há muito tempo. Estou falando
tudo isso porque o governo federal acaba de demitir, e com justa causa, um
secretário Nacional da Cultura, porque parafraseou um nazista. Contudo ouvindo
ou lendo o que disse o secretário, percebo que ele seria enaltecido, pois o
conteúdo nos remete ao patriotismo e ao orgulho de ser brasileiro. Esse foi um
caso claro da frase certa dita na hora e lugar errados. Se a frase tivesse sido
cunhada por ele, e não por um nazista, estaria agora sendo parabenizado. Coisas
da política.
Magia
Estou
assistindo uma série que, em nossa língua, traduz-se como “Bruxa do bem”.
Segundo minha filha, que na adolescência era apaixonada por bruxas e bruxarias,
a série é “bobinha e leve. Gostosa de assistir”. Contudo, olhando além das
trivialidades, eu percebi como o desenrolar das tramas nos remete a refletir
sobre como estamos tão ocupados ouvindo os nossos próprios pensamentos, nossa
própria voz, que deixamos de escutar o que pensam ou falam os demais seres
vivos à nossa volta, inclusive os humanos. Quantas vezes eu acreditei estar
conversando com alguém, quando, na verdade, apenas eu ou meu interlocutor
falava. E o que é pior. Na maioria das vezes coisas sem importância alguma.
Olhando mais além, redescubro que, faça eu o que fizer, não mudarei uma vírgula
na história que já está escrita. Cabe-me apenas interpretar o meu papel e não
perder as minhas deixas, nesse grande teatro que é a vida. Quem quiser, como
eu, ouvir e aprender o que falam os demais seres vivos, basta fazer silêncio e
observar os seus comportamentos. Eles se expressam, em sua maioria, de forma
silenciosa, através de movimentos corporais, cores, emissões de odores e ruídos
que compõem as suas vozes. Ora, direis. Ouvir estrelas. E eu direi: Por que
não?
O certo pelo duvidoso
Curioso
o discurso dessa gente que vive apregoando que “o grupo de José Ronaldo já está
no poder há 20 anos, e que está na hora de trocar. Me soa como dizer que o
Barcelona vai se desfazer de todos os seus craques e vai comprar jogadores
brasileiros no estado do Espírito Santo, porque os torcedores já estão cansados
de ver o time jogando tão bem. Sei que quem fala isso é porque tá doido pra
arranjar uma boquinha no governo, mas não consegue, seja por incapacidade ou
desonestidade. Mas, tem gente que cai nessa conversa mole. Eu não. Em time que
tá ganhando não se mexe.
Te contaram não?
Talvez
as crianças não saibam, mas qualquer brasileiro em idade capaz de trabalhar,
sabe que se assumir um cargo público tem que pedir licença sem remuneração à
empresa na qual é empregado. Após deixar o cargo público ele pode voltar ao seu
antigo cargo, sem prejuízo dos seus direitos trabalhistas e previdenciários.
Então por que diabos Regina Duarte aceitar assumir um cargo público, teve que
ser informada através do Jornal Nacional sobre os seus direitos e deveres
trabalhistas? Uma senhora de 70 anos, em pleno gozo das suas faculdades
mentais? Tenham dó! É ridículo demais. E se foi uma tentativa de ameaça de
demissão, pior ainda. Que coisa feia...
Língua
Às
vezes reclamo de que alguém falou ou escreveu de forma errada. Mas, não é por
mal. É que me incomoda ouvir ou ver professores, profissionais da imprensa,
políticos ou gente famosa, falando ou escrevendo errado. Como jornalista sempre
me preocupei em falar e escrever corretamente, não por boçalidade ou coisa
assim, mas por entender a minha responsabilidade quanto às demais pessoas,
leitores ou ouvintes. O público vê em nós, jornalistas, um exemplo de
conhecimento da língua através da qual nos expressamos. Crianças
principalmente, porque ainda estão em formação e se aprenderem errado será
difícil consertar depois de adultas. Conheço muito adulto que fala e escreve
errado, mas não os censuro, porque sei que trouxeram seus equívocos do meio em
que viveram. Mas eu não me dou esse direito, porque tive educação caseira e
acadêmica de boa qualidade.
Lembram dessa nota que dei na semana passada? "Há cerca de duas semanas funcionários
da Embasa abriram uma valeta cortando a rua Papa João XXIII, em frente ao
condomínio Santo Expedito, par fazer uma ligação de água. Arrancaram o asfalto
e os paralelepípedos, colocaram os canos e jogaram areia em cima, deixando
pedaço de asfalto espalhados e os paralelepípedos amontoados junto ao passeio.
O Trânsito na rua é pesado. Carretas e caminhões carregados passam a todo
momento, além de ônibus, vans, picapes, automóveis e motos, é claro. Isso está
fazendo com que a valeta esteja crescendo e, com certeza, com as chuvas,
aparecerão mais buracos. Mas, a Embasa é isso aí, vai quebrando o que não
construiu e quem quiser que conserte. A Prefeitura diz que não é com ela, e o
Estado também não assume. A nós, pobres mortais, resta pagar os impostos e o
caríssimo serviço pelo abastecimento de água que nem sempre sai das torneiras,
dando lugar ao ar".

Bem, agora já são três semanas e a valeta depois das chuvas ficou assim como podem ver na foto. Os motoristas estão quase subindo no passeio para transpor a valeta.
Valeta



Philosopher
“É
melhor falar errado e fazer o certo, do que falar certo e fazer o errado”
(Patativa do Assaré)
*_*_*_*_*_*_*_*_*_*_*_*_*_*_*_*_*_*_*_*_*_*_*_*_*_*_*_*_*_*_*
Por hoje é só que agora eu vou ali ouvir
os maravilhosos sons do silêncio
Nenhum comentário:
Postar um comentário