A 'escultura' leiloada pelo artista de 67 anos começou com um valor de seis a nove mil euros. Mas, após vários lances, ela foi vendida pelo preço de 15 mil euros. A obra batizada de 'lo sono', que significa 'eu sou', é uma escultura imaterial, ou seja, que não existe. Pelo menos não fora da mente de seu criador.
Porém Salvatore Garau defende sua obra, dizendo que não vendeu um nada, mas que o que vendeu foi um vácuo. "O vácuo nada mais é do que um espaço cheio de energia, mesmo que o esvaziemos, e ali não resta nada, de acordo com o princípio da incerteza de Heisenberg, que nada tem peso. Portanto, tem energia que se condensa e se transforma em partículas, ou seja, em nós", disse ao jornal AS da Espanha.
"Quando decido 'expor' uma escultura imaterial num dado espaço, esse espaço vai concentrar uma certa quantidade e densidade de pensamentos num ponto preciso, criando uma escultura que, pelo meu título, só vai assumir as mais variadas formas. Afinal, não moldamos um Deus que nunca vimos?", explicou.
Por esse motivo, o artista ressalta que sua obra não pode ser colocada em qualquer lugar, mas deve estar localizada em um espaço livre de obstruções, cerca de 150 cm x 150 cm.
Iluminação
especial e controle de temperatura naquele espaço são opcionais, pois a
peça não pode ser vista de forma alguma. Estas instruções estão
detalhadas no certificado de garantia, assinado e carimbado pelo
artista, que o comprador da 'obra' receberá. (Terra)
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