Por sugerir
algum tipo de controle numa atividade em que a liberdade de expressão é a base,
a proposta causou polêmica na época e até o momento o tal “Conselho” não foi
criado. Mas não foi a primeira vez que algum governo tentou calar a imprensa, e
certamente não será a última, pois há dificuldades de relacionamento entre o
governo e jornalistas, embora não necessariamente com os veículos de comunicação.
“Notícia é
aquilo que nós não queremos que seja publicado, o resto é publicidade”, disse
Lula num dos seus raros momentos de sinceridade. O chefe da Secretaria de
Comunicação de Governo, Luiz Gushiken, já havia se queixado do que considera
“negativismo” do noticiário. Naquele mesmo ano de 2004, um jornalista
norte-americano, Larry Rohter, teve seu visto revogado por ter escrito uma
reportagem no “New York Times” na qual abordava supostos abusos alcoólicos de
Lula. A decisão do governo foi revista após a repercussão negativa do episódio.
Além disso, nas reuniões de cúpula do governo, eram constantes as desaprovações
à conduta de jornalistas e de órgãos de imprensa.
O ministro do
trabalho na época, Ricardo Berzoini, afirmou que “atualmente não há nenhuma
instituição com competência legal para normalizar, fiscalizar e punir as condutas
inadequadas dos jornalistas”. O CFJ, segundo ele, ocuparia tal espaço. “O
conselho poderá inclusive proteger, de forma indireta, o próprio jornalista,
hoje sujeito a demissão sumária caso se recuse a seguir ordens superiores,
mesmo as antiéticas ou destinadas a produzir reportagens falsas ou parciais”,
afirmou, paternalmente, o ministro Berzoini, o “protetor dos Jornalistas
oprimidos”, ignorando solenemente a Fenaj.
Medicina
Agora, o
Congresso pode tirar dos conselhos de medicina o poder de conceder o registro
provisório para os contratados no programa “Mais Médicos”. Se a proposta for
aprovada, a responsabilidade será do Ministério da Saúde. Em todo o país,
existem 372 médicos estrangeiros parados por falta do registro. Na quarta-feira
passada (2), chegaram a Brasília mais 215 médicos cubanos. Até este fim da
semana, vão desembarcar dois mil profissionais. Até o começo da tarde de
quarta-feira, oito Conselhos Regionais de Medicina ainda não haviam emitido
nenhum documento que autorizasse os médicos a trabalharem no Brasil.
O Conselho
Federal de Medicina diz que a mudança proposta pelos parlamentares cria uma
zona nebulosa para a fiscalização desses profissionais de fora. Já o Governo
aprova a proposta, como saída para destravar o “Mais Médicos”. As perguntas que
ficam são: Por que permitimos que estas coisas aconteçam? Por que os
governantes se sentem tão seguros ao desrespeitar a sociedade, composta por
cidadãos livres, empregadores dos que compõem o governo? Seria porque as mais
nobres instituições da sociedade organizada estão muito corrompidas?
Política
Os políticos
perderam totalmente o pudor e a vergonha, e já não temem o opinião pública,
pois sabem que basta acenar com um punhado de favores ou de notas de Real, que
suas eleições estão garantidas.
A presidente do
Tribunal Superior Eleitoral, ministra Carmen Lúcia, incluiu na pauta da
quinta-feira (03) o julgamento do pedido de registro do partido Rede
Sustentabilidade, encabeçada por Marina Silva. A Rede conseguiu reunir a tempo
o mínimo de 492 mil assinaturas necessária para obter o registro, mas quase 50
mil receberam do Ministério Público Eleitoral parecer pela rejeição do pedido,
sem qualquer justificativa.
O partido quer que o TSE valide automaticamente um
lote de 98 mil assinaturas que tiveram a certificação rejeitada na checagem dos
cartórios eleitorais. Mas o ministro Marco Aurélio Mello, um dos sete
integrantes do Tribunal que vão julgar o processo, afirmou que considera “muito difícil” aceitar o
pedido de registro da legenda. Ou
seja, é um claro jogo de cartas marcadas, como foi o julgamento dos “embargos
Infringentes” dos mensaleiros. A
sociedade organizada assiste a tudo isso num silencio criminosamente conivente.
O País não tem saúde,
segurança, transporte público, e não tem, principalmente, educação. Com a queda
da USP, não temos mais uma universidade sequer entre as 200 (duzentas) melhores
do mundo. Mas, temos Copa do Mundo, Olimpíadas e estádios de
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