
Contudo, é bom lembrar que o José
Ronaldo se elegeu com um discurso de que não abandonaria o governo municipal
até ter cumprido o seu mandato. Tendo sido candidato a senador, ele é nome
forte no Democratas para ser o candidato do partido ao governo. O mesmo
acontece com ACM Neto. O prefeito da capital carrega a herança política do avô,
o falecido senador ACM, e também é um nome forte no DEM. A história recente,
porém, mostra quão desgastante é para um político que abandona o mandato que
lhe foi confiado, para correr atrás de cargos mais altos, mais prestigiosos e
mais rentáveis.
O
deputado José Carlos Aleluia, que colocou seu nome na mesa de discussões, já
recuou e disse que não é mais candidato ao governo. O ex-governador Paulo
Souto, derrotado duas vezes por Wagner, não quer mais correr o risco de um
desgaste maior, que para ele, que inclusive, já foi senador da República, seria
praticamente um suicídio político. Havia, creio que não há mais, a
possibilidade, remota, de se pinçar um nome dentro do próprio governo, algum
antigo carlista não muito satisfeito com os atuais aliados.
Resta
então, ACM Neto e José Ronaldo. Mas, para ambos, uma candidatura ao governo
agora é um salto no escuro. Ronaldo, como bom “soldado do partido”, está
viajando, visitando aliados, fazendo contatos com possíveis aliados, preparando
o terreno, pois, mesmo não sendo ele o candidato, lhe interessa uma vitória do
DEM para os seus planos futuros. Mas, acredito eu, que essa história de
“soldado do partido” só vai até aí. Não creio que ele queira ser mais um
infante no front, se tem estofo para ser general.
ACM
Neto, que já demonstrou ser tão “raposa” quanto o avô (talvez até mais), também
sabe dos riscos de abandonar o mandato de prefeito, eleito que foi com o mesmo
discurso de Ronaldo, e partir para uma candidatura ao governo já no próximo
ano. Dentro desse quadro os próceres DEM têm nas mãos um grande abacaxi para
descascar.
Ao que tudo indica, um dos dois,
Ronaldo ou Neto, deverá ser o candidato, por absoluta falta de opções melhores.
Eu estou fazendo estas especulações na tentativa de dar aos nossos leitores um
quadro mais claro da situação, sob uma ótica extrapartidária. Porém, políticos
têm o dom da magia e podem, a qualquer momento, tirar um Coelho (êpa!), ou um
Carneiro (êpa! êpa!) da cartola.
Aguardemos, pois, se um novo nome
não surgir, Neto ou Ronaldo terão que segurar o rabo do foguete.
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