Numa conversa informal com
participantes de um “Grupo de Jovens” de um Centro Espírita alguns deixaram
transparecer que, mesmo fazendo parte, há mais de 5 anos, das atividade
grupais, nunca tiveram a oportunidade de uma conversa franca com algum
habitante do mundo espiritual, ou seja, com espíritos. Nesse mesmo grupo,
alguns tentaram justificar tal procedimento dizendo que “a fase dos fenômenos foi no início do
espiritismo”. Isso significa que, agora, devemos apenas estudar e participar
dos movimentos espíritas.
Um outro dia, revendo uma
palestra, em vídeo, de Alamar Regis, algo me chamou atenção. Alamar conta que,
numa reunião mediúnica onde Divaldo se fazia presente, alguém perguntou se
seria possível uma mediúnica onde os participantes pudessem perguntar tudo que
quisesse aos espíritos, sem nenhum arrodeio e sem formalidades religiosas.
Segundo Alamar quem respondeu foi Joana de Angelis. “- era tudo que mais queríamos”. Se, é assim, porque muitos
imaginam que conversar com algum ser espiritual é um fenômeno primitivo?
Uma conversa entre encarnado e
desencarnado é o mesmo que dois encarnados conversando. Apenas, a pessoa em
espírito, deixou de ter um corpo carnal. Uma pessoa desencarnada é uma criatura
como qualquer um de nós, com sentimentos, costumes e cultura, adquiridos em
encarnações anteriores. Isso não a torna santa nem demônio. Sendo assim, um
diálogo com esses desencarnados, não pode ser considerado um fenômeno espírita.
A justificativa que esse
procedimento pode atrair espíritos indesejados é falsa, pois a lei da atração
só se aplica às coisas afins. Um ambiente de bom nível mental não se afina com
um espírito desequilibrado, é o mesmo que uma pessoa suja e maltrapilha
tentando passar uma tarde de lazer num shopping de luxo.
Muitas jovens estão em
movimentos espíritas, há anos, e nunca tiveram contato, com esses vizinhos da
espiritualidade. O mais interessante é que se, entre esse grupo, houver uma
incorporação súbita ou algum jarro mudando de lugar como acontecia nas antigas
mesas falantes, duvido que a porta desse ambiente seja larga o suficiente, para
todos passarem em debanda pavorosa, sem se engalfinharem na arrancada.
É justamente por falta dessa
interação amiga que muitos espíritos tiveram seus mandatos cassados. Alguns
usaram a esperteza e trocaram seu nome tradicional por um título alemão, árabe
ou coisa parecida, limitando-se apenas a fazer caridade a nível de saúde ou de
carma, abrindo caminhos e garantindo prosperidade.
Fazer espiritismo, com
espíritos, poderia ser encarado assim; - é receber, em nossa casa, alguém de um
rincão distante, para uma conversa amiga.
Que um dia esses grupos de
jovens possam estudar o espiritismo e tirar dúvidas com algum tutor, vizinho
nosso, ou seja, com algum espírito conhecedor do assunto.
Conrado Dantas
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