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Dona Dolores Scher – Governanta do poeta |
“Os
100 anos de Vinícius de Moraes” serão, também, celebrados no M de Mulher (dia
24 no casarão Froes da Mota). Ele, o “poetinha”, que, em sua obra magnífica e
imortal, tanto cultivou, como ninguém o amor infinito às mulheres, às incríveis
paixões por suas amadas, será homenageado na figura de uma senhora que cuidou
de sua casa durante a sua temporada baiana, ao lado da amada Gessy Gesse. Além
de governanta de confiança, esta senhora, era a responsável pelo cardápio
delicioso da casa, que ficava na praia de Itapoan, em Salvador, na década de
70. Estamos falando de uma cozinheira de mão cheia, dona Maria Dolores Scher
dos Santos, ou “Minha Dó”, como Vinícius carinhosamente a chamava, numa relação
que não era de um chefe para com o empregado. “Ele me tratava como uma amiga”.
Dona
Dolores recorda das “comidinhas” que fazia para Vinícius e lembra que ele falava
sempre no diminutivo. “Minha Dó, tem uma comidinha... um uisquinho. Minha filha
Mara que é afilhada de dona Gessy, ele a chamava de Marinha”.
Comidinhas do Poeta
“Minha
Dó”, exímia cozinheira, baiana de Cruz das Almas e criada em Cachoeira, afirma
que gosta mesmo é de fazer comida caseira: feijoada, maniçoba, fato, moqueca. E
o que preparava para seu Vinícius, era comidinha simples. “Ele gostava muito de
purê de abóbora, cenoura, peixe ao forno, pernil de carneiro assado e adorava
língua de boi, que eu fazia na panela com aquele caldinho ferrugem, sabe como
é...”.
Vinícius
era diabético e dona Dolores tinha o maior cuidado ao preparar os doces de que
ele gostava. “Doce de banana, que eu fazia com adoçante e ele gostava, dizia
que ficava tudo gostoso”.
“Seu Vinícius era uma pessoa calma, boa e
muito educado, nunca me tratou como doméstica. Era uma pessoa adorável, muito
humana, que me chamava de “Minha Dó’. Dona Gessy também é uma pessoa ótima, eu
tomava conta de tudo dela, sabia de tudo. Até hoje, somos grandes amigas, ela é
madrinha de minha filha, Mara que a chama de Dinda”.
Dona
Dolores, que reside em Feira de Santana há vários anos, tem 84 bem vividos
anos, fala firme e forte, e relembra, ao lado da filha, a empresária Mara Rúbia,
momentos inesquecíveis que viveu ao lado do poeta Vinicius de Moraes e Gessy. Conheceu
muita gente famosa, tornando-se amiga de por exemplo, Clara Nunes (que me
chamava de mãe)”, o artista plástico Luiz Jasmim, Maria Bethânia, Calazans
Neto, Auta Rosa, Carlos Bastos, Jorge Amado e Zélia Gattai.
Atualmente
Dona Dolores, além das viagens Brasil afora e exterior, curte, feliz da vida, o
sucesso do seu neto, o renomado estilista baiano (feirense) Aládio Marques.
Dolores é, realmente, uma mulher
“Iluminada pelo Talento”.
Texto e foto: Paulo Norberto
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