terça-feira, 22 de outubro de 2013

M de Mulher celebra Vinícius de Moraes


Dona Dolores Scher – Governanta do poeta

 “Os 100 anos de Vinícius de Moraes” serão, também, celebrados no M de Mulher (dia 24 no casarão Froes da Mota). Ele, o “poetinha”, que, em sua obra magnífica e imortal, tanto cultivou, como ninguém o amor infinito às mulheres, às incríveis paixões por suas amadas, será homenageado na figura de uma senhora que cuidou de sua casa durante a sua temporada baiana, ao lado da amada Gessy Gesse. Além de governanta de confiança, esta senhora, era a responsável pelo cardápio delicioso da casa, que ficava na praia de Itapoan, em Salvador, na década de 70. Estamos falando de uma cozinheira de mão cheia, dona Maria Dolores Scher dos Santos, ou “Minha Dó”, como Vinícius carinhosamente a chamava, numa relação que não era de um chefe para com o empregado. “Ele me tratava como uma amiga”.
Dona Dolores recorda das “comidinhas” que fazia para Vinícius e lembra que ele falava sempre no diminutivo. “Minha Dó, tem uma comidinha... um uisquinho. Minha filha Mara que é afilhada de dona Gessy, ele a chamava de Marinha”.

Comidinhas do Poeta
“Minha Dó”, exímia cozinheira, baiana de Cruz das Almas e criada em Cachoeira, afirma que gosta mesmo é de fazer comida caseira: feijoada, maniçoba, fato, moqueca. E o que preparava para seu Vinícius, era comidinha simples. “Ele gostava muito de purê de abóbora, cenoura, peixe ao forno, pernil de carneiro assado e adorava língua de boi, que eu fazia na panela com aquele caldinho ferrugem, sabe como é...”.
Vinícius era diabético e dona Dolores tinha o maior cuidado ao preparar os doces de que ele gostava. “Doce de banana, que eu fazia com adoçante e ele gostava, dizia que ficava tudo gostoso”.
 “Seu Vinícius era uma pessoa calma, boa e muito educado, nunca me tratou como doméstica. Era uma pessoa adorável, muito humana, que me chamava de “Minha Dó’. Dona Gessy também é uma pessoa ótima, eu tomava conta de tudo dela, sabia de tudo. Até hoje, somos grandes amigas, ela é madrinha de minha filha, Mara que a chama de Dinda”.
Dona Dolores, que reside em Feira de Santana há vários anos, tem 84 bem vividos anos, fala firme e forte, e relembra, ao lado da filha, a empresária Mara Rúbia, momentos inesquecíveis que viveu ao lado do poeta Vinicius de Moraes e Gessy. Conheceu muita gente famosa, tornando-se amiga de por exemplo, Clara Nunes (que me chamava de mãe)”, o artista plástico Luiz Jasmim, Maria Bethânia, Calazans Neto, Auta Rosa, Carlos Bastos, Jorge Amado e Zélia Gattai.
Atualmente Dona Dolores, além das viagens Brasil afora e exterior, curte, feliz da vida, o sucesso do seu neto, o renomado estilista baiano (feirense) Aládio Marques.
            Dolores é, realmente, uma mulher “Iluminada pelo Talento”.

Texto e foto: Paulo Norberto

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