quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Demanda por barrigas de aluguel cria 'fábrica de bebês' na Índia

O comércio de barrigas de aluguel na Índia movimenta mais de US$ 1 bilhão (R$ 2,2 bilhões) por ano. Além de transformar o país em uma referência mundial nessa prática, ele ajudou a fomentar a criação de um organizado sistema em que as mulheres que alugam suas barrigas vivem em dormitórios supervisionados por médico, que críticos chamam de 'fábricas de bebê'.
Estas mulheres proporcionam à casais sem filhos a chance de ter a família que sempre desejaram.
Mas como é a vida destas mulheres que carregam o filho de outra pessoa por dinheiro?
"Na Índia, as famílias são muito próximas. Você está certo em fazer qualquer coisa pelos filhos", disse Vasanti, que tem 28 anos.
"Eu alugo a minha barriga para ver meus filhos terem tudo o que eu sempre sonhei."

Responsabilidade

Vasanti está grávida, mas não de um filho seu. Ela está gerando o filho de um casal japonês. Para isso ela vai receber US$ 8 mil (R$ 17,7mil), o suficiente para construir uma casa nova e mandar seus dois filhos, que tem cinco e sete anos, para uma escola onde se fala inglês, algo que ela nunca imaginou ser possível.
"Eu estou feliz do fundo do meu coração", disse Vasanti.
Nayna Patel (centro) é responsável pelas mães de aluguel

Ela teve os embriões do casal japonês implantados na pequena cidade de Anand, na província de Gujarat, no noroeste da Índia, e passará os próximos nove meses vivendo em um dormitório com outras 100 mães de aluguel, todas pacientes de uma médica chamada Nayna Patel.
Há no máximo dez mães de aluguel em cada quarto, onde as mulheres recebem suas refeições e vitaminas para que possam descansar. Vasanti, no entanto, não consegue ficar quieta.
"À noite eu ando por aí porque eu não consigo dormir. A medida que a barriga aumenta e o bebê cresce eu vou ficando muito entediada", disse Vasanti.
"Eu agora quero ir logo para casa e ficar com os meus filhos e marido."
As regras da casa proíbem as mulheres de ter relações sexuais durante a gravidez, e enfatizam que nem os médicos, nem a clínica, nem o casal que contratou a barriga de aluguel, são responsáveis por qualquer complicação.
Se a mulher estiver grávida de gêmeos ela recebe uma quantia um pouco maior, U$ 10 mil (R$ 22 mil). Se ela sofrer um aborto espontâneo nos primeiros três meses, ela recebe U$ 600 (R$1,331 mil). O casal paga cerca de U$ 28 mil pela gravidez que resulta em um nascimento bem sucedido.

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