Se tem uma parte do corpo que sofre com
os drinks do dia a dia, é o fígado. Para quem abusa da bebida, de pouco em
pouco, o álcool leva o órgão a ficar inflamado e processar mal as gorduras,
processo que pode acabar na famosa cirrose. Mas os cientistas encontraram
uma forma de "reprogramar" o fígado que pode prevenir e tratar
os danos causados pela bebida.
Os cientistas ainda não entendem
completamente como a Doença Hepática Alcóolica se desenvolve. Uma das teorias
era que de que o excesso de bebida alcóolica levava a uma queda nos níveis do
antioxidante glutationa (GHS). Conforme a GHS no fígado diminuía, radicais
livres eram produzidos em excesso (o que é chamado de estresse oxidativo) e o
fígado saía prejudicado.
Só que, em um novo estudo
internacional, pesquisadores japoneses e americanos chegaram a uma
conclusão bem diferente. Eles fizeram um experimento com ratinhos geneticamente
modificados. A manipulação do DNA levava os animais a produzirem só 15% da GHS
encontrada no fígado de um rato normal. Depois, esses ratos passaram seis
semanas consumindo álcool todos os dias.
Como esperado, o estresse oxidativo
aumentou. Mas, para a surpresa dos cientistas, ele passou a exercer um efeito
protetor em vez de piorar as condições de saúde dos ratinhos. Os animais
com GHS baixa tinham fígados mais resistentes à acumulação de gorduras, um
processo chamado de esteatose, que é um dos principais sintomas da doença
causada pelo álcool.
A análise do experimento mostrou uma
ligação da GHS reduzida com a ativação da enzima AMPK, que ajuda a regular os
gastos de energia (e a queima de gordura) do organismo.
Os cientistas querem entender mais sobre
a relação entre GHS, estresse oxidativo e gordura no fígado para criar
medicamentos capazes de tratar a Doença Hepática Alcóolica e tentar diminuir os
casos de cirrose e de morte causada pelo alcoolismo.
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