quarta-feira, 31 de agosto de 2016

Janot em dívida com a Sociedade

Ela Wiecko, segunda pessoa na hierarquia da Procuradoria Geral da República, abaixo apenas de Janot, foi flagrada em Portugal fazendo protestos contra o Impeachment que ela diz ser "golpe" e Temer. Ela disse: “Fui discreta, estava junto, e não tive protagonismo maior”, mas nas fotos aparece segurando faixa contra Temer.  E, aí, com a repercussão decidiu pedir demissão. Ou seja, agiu após ser descoberta e não ao contrário, quando esta deveria ser sua postura ética.
A situação, no entanto, é mais dramática, pois, na entrevista, em Veja, ela quebrou o sigilo funcional e revelou que Temer está sendo delatado. Isto foi dito pela vice-procuradora da República.  E diz isto às vésperas da votação do impeachment. Certamente não há inocência, nem falta de consciência, em seu ato. É absurdo que tal violação esteja acontecendo na PGR sob as ordens de Janot. O cargo tem liturgia e OBRIGA constitucionalmente a isenção e não exercício ideológico no cargo. Vale lembrar que ela é responsável pela condução da “Operação Acrônimo” que investiga, por exemplo, o governador Fernando Pimentel, do PT. Com estas afinidades ela deveria declarar-se impedida e não o fez.
Vale lembrar que o marido da procuradora, Manoel Wockler, ex-desembargador, era assessor do ministro Teori Zavascki, no Supremo Tribunal Federal, e foi obrigado a pedir demissão após assinar documento apresentado por Lula, na OEA.
Estamos diante de uma grave situação e o silêncio de Janot é constrangedor.  O procurador já vinha em uma situação ruim por não explicar o descarte da delação da OAS, de Léo Pinheiro, que, sabidamente incluía Lula.
A situação exposta com a ação de Ela Wiecko é estarrecedora e nos dá ideia dá contaminação institucional que estamos vivendo. Janot precisa vir a público, cumprir seu dever com a Sociedade e explicar de forma transparente o que está acontecendo para não jogar fora todo respeito que a PGR havia adquirido. 


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