segunda-feira, 1 de agosto de 2016

Da capital ao mais recôndito interior, o crime organizado infernizou tudo. Não há mais paz.

Fui menino criado entre o interior (Itapetinga e Vitória da Conquista, com Itambé no meio) e só durante os estudos, oito meses por ano, ficava em Salvador.
Vivia uma paz extrema, da qual já tinha consciência a partir dos seis ou oito anos de idade, lá.
Mas tudo isso, cerca de cinco décadas depois, foi por água abaixo.
Para exemplificar, vejamos duas notícias recentes, de ontem: um jovem de 16 anos que se picou de Salvador para Morro do Chapéu, a fim de morar com o pai numa cidade considerada das mais pacatas, foi assassinado, em Morro.
Em Itaparica, outrora paradisíaca ilha onde eu já tive casa alugada, nos idos de 1980, e dormia com janelas abertas, o crime organizado (leia-se: tráfico de drogas) tomou conta e já foram quase 30 mortos este ano, sendo três no último fim de semana.
A conclusão, óbvia, é que, como já disse em edições anteriores desta coluna, PERDEMOS totalmente a luta contra o crime organizado, contra o tráfico (aliás, tráfico estúpido, porque com suas disputas sangrentas só afasta “clientes” da Ilha, por exemplo).
Podemos sintetizar no seguinte: não há mais paz interior, e muito menos paz NO INTERIOR.
Em todas as cidades, das menores às maiores, reina a desgraça do tráfico matando-se burramente entre si e vitimando inocentes.
Mas não tenho esperança de nenhuma mudança.
Até porque governantes e parlamentares não estão nem aí.

Parabéns
A gente critica, sempre, pois faz parte da nossa profissão.
Mas às vezes há boas notícias e temos que transmiti-las.
Falo do Hospital do Subúrbio, onde uma amiga minha esteve internada algumas vezes para tratamento dos rins.
Nome aos bois: trata-se de Estelita Conceição de Jesus, que elogia desde a comida do hospital, passando pela higiene rigorosa, atendimento simpático e constante das enfermeiras e dos médicos, enfim, tudo da melhor qualidade, desde a entrada até a saída.
Que continue assim.
Parabéns ao governo do Estado.

O real está desvalorizado
O cidadão, faminto, foi ao Good Day.
Tradicional lanchonete de mais de 40 anos na Rua Carlos Gomes, comprar duas esfias.
Preço: R$ 10.
Pagou com uma cédula de R$ 50.
E o caixa disse: “Não tenho trocado.”
Ora, ora! Onde está o “trocado” nessa história?
Dez reais não é trocado.
E muito menos duas cédulas de vinte para devolver.
Sei não...

A fantasia da Olimpíada
Vindo para este jornal, ontem, por volta das 13 horas, passei pela região da Fonte Nova.
Menino, coisa de primeiro mundo! Lá estavam equipes especiais da PM, PMs “comuns”, vans da PM, uma coisa de dar segurança total.
Coisas para inglês e o resto do mundo ver.
E aí bateu a depressão: logo depois da Olimpíada, tudo isso voltará à baderna de sempre, com PMs matando preto pobre e insegurança total na cidade.
Como sou pessimista, meu Senhor do Bonfim!

Ainda sobre a selvageria (I)
Já disse aqui e repito, sem medo de errar: igrejas (NO PLURAL) e outros setores reacionários da sociedade escandalizam-se quando se fala em liberação (ou regulamentação) das drogas.
Bem, que é contra isso é retrógado ou recebe dinheiro do tráfico.
Não há outra alternativa, porque somente os reacionários conservadores e quem ganha dinheiro com a ilegalidade CERTAS drogas não querem ouvir falar do assunto.

Ainda sobre a selvageria (II)
Quem raciocina contra um controle do Estado sobre as drogas, liberando quem quer usá-las, subliminarmente defende a morte de dezena\s de milhares de pessoas, por ano, vítimas deste comércio ilegal.
E não me venham com  a história estúpida de que se algumas drogas forem liberadas, todos irão usar.
Baboseira.
O cigarro, o uísque, a cachaça etc., estão aí, e nem por isso todo mundo fama nem bebe.


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