A quimioterapia tem uma serie de efeitos
colaterais: queda de cabelo, possível falha cardíaca e até leucemia. Isso é
preocupante, mas pode ser que ela não seja necessária em todos os casos de câncer: um
estudo publicado essa semana mostra que 46% das mulheres nos estados
iniciais do câncer de mama podem optar por não passar pela quimio - com
pouco risco do tumor crescer ou se espalhar nos cinco anos seguintes. O
segredo está nos genes.
Tradicionalmente, todas as mulheres com
câncer de mama recebem quimioterapia, independente do estágio da doença. Isso
porque os médicos não têm como diferenciar as pacientes que se beneficiam do
tratamento e as que simplesmente sofrem os efeitos colaterais sem benefício
nenhum. Mas, com os resultados do estudo, essa generalização do tratamento pode
se tornar coisa do passado.
O estudo se baseia na análise da
interação dos genes das pacientes - o chamado "teste genômico".
Basicamente, o que o teste genômico faz é analisar a atividade dos genes que
ajudam a proteger o corpo do tumor - os que barram seu crescimento e sua
multiplicação. Se esses genes estiverem ativos na mulher, ela é classificada
como uma paciente de baixo risco genômico.
Esse tipo de teste já é feito há pelo
menos dez anos, mas só agora os cientistas conseguiram checar se o baixo risco
genômico é, realmente, um indicativo de que a pessoa não precisa fazer
quimioterapia. Isso porque a pesquisa foi a maior, mais longa e mais rigorosa
até agora sobre o tema: os pesquisadores analisaram os genes de 6.693 mulheres
em 9 países e 112 hospitais da Europa, todas com o tipo de câncer de mama mais
comum (que ataca três quartos das pacientes no mundo), e todas ainda nos
primeiros estágios da doença - quando o tumor tem até 5 cm e ainda não se
multiplicou para mais de três nódulos diferentes. Algumas das participantes
também já tinham passado por tratamentos iniciais contra o câncer, como cirurgia,
terapia hormonal e a própria quimioterapia.
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