
Apesar do governo do estado ter sido
assumido pelo PT e convivido com todo sucesso de Lula a situação não mudou.
Outras lideranças também não conseguiram construir uma oposição com
possibilidade real de vitória, ou melhor, sequer de segundo turno, sendo que algumas
preferiram, ou foram convencidas, a aderir ao governo.
Cabe
então a pergunta: a razão deste sucesso de Ronaldo é fruto apenas de sua
bailidade
Não cala a boca
não, Léo Pinheiro
Segue sem
justificativas a decisão de Rodrigo Janot, da Procuradoria Geral da
República(PGR) de suspender a delação de Léo Pinheiro, da OAS. Foi a
primeira vez que isto aconteceu na Lava-Jato. Segundo ele. foi pelo
vazamento da informação que Dias Tofolli, do STF, citado por Léo, foi parar na
capa da Veja. Embora Janot tenha dito que o anexo não havia chegado a PGR, foi
desmentido pela Veja. A decisão trouxe a pergunta mais intrigante: quem vazou a
delação? A maior suspeita, até o momento, é que tenha sido a própria PGR, o que
é negado por Janot, embora também não tenha investigado a origem do vazamento,
nem tenha cancelado nenhuma delação anterior por este motivo. O que fez
esta ser diferente?
A decisão
colocou em guerra franca o Supremo e a Procuradoria Geral. O Ministro Gilmar
Mendes, sempre bem informado, disparou o maior petardo já visto
recentemente ao acusar os procuradores da Lava-Jato e dizer que "o
cemitério está cheio destes heróis", em tom acima do esperado. E que
os procuradores "calçem as sandálias da humildade". Seria de
estranhar disparo táo agressivo se Gilmar não tivesse certeza do alvo e dos
fatos, o que reforça a tese da PGR como autora do vazamento. Por outro lado ele
quer que a delação seja aceita o que refuta a tese que Janot fez isso por
pressão corporativista do STF.
O silêncio de
Janot, que fala, fala, mas não explica, leva a se pensar em várias
hipóteses: seria vingança contra Toffoli por ter liberado o ex-Ministro Paulo
Bernardo, acusado pela PGR? Favorecimento a Lula com o silêncio de Léo?
Exclusão da OAS para favorecer a delação da Odebrecht? Todas as
anteriores?
Seja qual for
a resposta, o que se deixa antever é que há razões pouco transparentes nas
ações da Justiça; que os Procuradores, incluindo Janot, pelo belo trabalho da
Lava-Jato, podem achar que são os salvadores da pátria e ficarem tentados a
fazer justiça com as próprias mãos, e, ao arrepio da lei; que a Sociedade
brasileira anda saturada do jogo dos bastidores, de mentiras, e exigindo
não ser manipulada, nem ludribiada.
O silêncio da
OAS só favorece os bandidos das mais diversas estirpes. Como ele pode ir a um
juiz e fazer a delação a gente só pode pedir: não cala a boca não, Léo
Pinheiro.
Pesquisa para
prefeito de Feira: surpresa sim, surpresa não
A pesquisa Tv
Subaé /Ibope confirmou favoritismo de Ronaldo, o que não é surpresa; e mostrou
rejeições inesperadas, o que é novidade
O Ibope e a TV
Subaé divulgaram a primeira de três pesquisas eleitorais. O favoritismo de
Ronaldo- bola mais que cantada- foi confirmado. Alguns dados chamaram atenção
quando comparados a eleição de 2012. Naquele ano o Ibope também fez três
pesquisas eleitorais em Feira, como mostramos a seguir:
Ronaldo
Neto
Jhonatas Tarcisio
1ª
76%
8%
1%
3%
2ª
63%
16%
3% 8%
3ª
65%
18%
5% 4%
Rejeição 11%
34% 25%
53%
Eleição
66% 18,5%
9,2% 6,1%
Na primeira pesquisa de 2016 a largada está assim:
Ronaldo Neto
Jhonatas Ângelo Jairo Leonardo
Intenção
64% 14% 8%
1%
1% 1%
Rejeição
16% 42% 17%
16%
21% 15%
Avaliação do governo Ronaldo:
Ótimo –
58% Regular
30% Ruim/péssimo 12%
Os dados
de intenção de voto mostram Ronaldo estacionado no mesmo patamar com que ganhou
a eleição, sugerindo que a batalha das trincheiras e o IPTU não impactaram em
seu governo, negativamente, embora, também, não haja um crescimento eleitoral
percentual. Naquela eleição houve uma queda de 11% entre a primeira e
última pesquisa, mas isto não significa que o fato pode se repetir.
Jhonatas era uma novidade, abocanhou parte dos descontentes e ficou em
9,2% dos votos, praticamente seu ponto de partida atual. Neto, que
acabou com 18%, não cresceu nestes quatro anos, apesar do apoio do Estado,
talvez pelo desgaste do partido. Os demais, Ângelo, Jairo, Leonardo, não eram
candidatos em 2012.
O aspecto mais
interessante da pesquisa vem no quesito rejeição. Enquanto Ronaldo, mesmo após
16 anos no poder, teve crescimento de apenas 5%%, menos do que se esperava
pelos comentários na cidade, Neto, saltou de 34% para 42%. Ninguém pode
ter esperança eleitoral com uma rejeição deste tamanho.
A gigantesca
surpresa vem, no entanto, com a rejeição dos demais: Jhonatas, Leonardo e
Ângelo ao redor dos 15% e Jairo com 21%. Impressiona que mesmo os que estão
militando na política, continuamente, como Ângelo e Jhonatas, têm a mesma
rejeição que um desconhecido, Leonardo, que tem 1% de intenção de voto, e,
menor que outro que há anos não milita em Feira, portanto desconhecido do
eleitorado mais novo, como Jairo, que chegou a 21%. Vale ressaltar que a
rejeição de Jhonatas caiu de 25% para 17%. A explicação, claro, é que na rejeição
é possível votar em mais de um o que universalizou a média, mas, também, sugere
que esta média de rejeição para os candidatos da oposição não é real, nem
igual, pelo menos para parte deles. A forma da pergunta acaba
induzindo este resultado.
Considerando-se
que apenas 12% dos entrevistados acham o governo Ronaldo péssimo e que 24% têm
intenção de votar na esquerda mais radical (Neto, Jhonatas e Leonardo), voto
historicamente imutável, significa que metade destes eleitores, apesar de votar
na oposição, não acha o governo Ronaldo péssimo. É muito singular.
Ao juntarmos os
58% de ótimo com 6% dos 30% que acham regular chegaremos a margem de Ronaldo de
64% de intenção de voto. O 36% restante estaria disposto a votar na oposição,
anular, ou votar em branco, o que dá a eleição em primeiro turno a Ronaldo.
A pesquisa não
publicou a lista de bairros e há dados do questionário com interessantes
perguntas que não estão disponíveis. Ela foi feita em período similar em 2012,
ano no qual tivemos maior tempo de campanha. É o retrato eleitoral do momento e
se alguém tiver dados diferentes é hora de botar as cartas na mesa. Não
custa lembrar que o Ibope, apesar de errar muito na Bahia e outros lugares,
acertou em cheio a eleição de Ronaldo em 2012.
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