As infecções pelo vírus
do papiloma humano (HPV) são extremamente comuns e contagiosas, mas não
apresentam sintomas na maioria dos casos.
Assim, as pessoas infectadas
não percebem que têm a doença nem que podem transmiti-la a parceiros ou
parceiras. O contágio acontece por meio do contato com a pele na zona genital e
anal, de forma que não é necessária a penetração para que o vírus possa ser
transmitido de uma pessoa para a outra.
Nem mesmo o uso da
camisinha pode prevenir totalmente o contágio, que pode acontecer durante a
relação sexual ou no sexo oral.
Confira cinco fatos que
você deveria saber sobre essas infecções:
1. O HPV afeta mais de 80% de homens e
mulheres sexualmente ativos em algum momento da vida
As infecções de HPV são
tão comuns que podem ser consideradas quase uma evidência de que a pessoa é ou
foi sexualmente ativa. Elas afetam 80% das pessoas sexualmente ativas em algum
momento de suas vidas, segundo estimativas do Serviço de Saúde Nacional
britânico (NHS, na sigla em inglês) e da Associação Americana de Saúde Sexual.
Nos EUA, é a doença
sexualmente transmissível mais comum. Entre os 2 mil homens que participaram de
uma pesquisa nacional da revista científica JAMA Oncology, nos Estados
Unidos, metade deles estava infectada.
2. As variações de HPV de alto risco podem
causar 6 diferentes tipos de câncer com o tempo
São eles: câncer cervical
ou do colo uterino (associado ao HPV em 99% dos casos, segundo o sistema de
saúde britânico), anal (associado ao HPV em 84% dos casos), de pênis (47% dos
casos), vulva, vagina, boca e garganta.
Há mais de 100 tipos de
HPV e um terço deles afeta a zona genital. As variações de HPV de alto risco
incluem os tipos 16 e 18, que segundo estimativas causam mais de 70% dos casos
de câncer cervical.
Uma infecção de longa
duração, especialmente quando causada por tipos de HPV de alto risco, pode
causar câncer com o passar dos anos. Segundo a pesquisa americana publicada na JAMA
Oncology, um em cada quatro homens tem uma cepa potencialmente cancerígena.
Nas mulheres, o vírus é
responsável por praticamente todos os casos de câncer do colo do útero, o
terceiro mais incidente entre as brasileiras, atrás dos tumores de mama e
intestino. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), em 2016, surgirão 16
mil novos casos desse tipo de câncer no Brasil e 5,4 mil pessoas morrerão por
causa da doença.
3. Não é fácil de detectar porque não há
sintomas
No caso das mulheres, é
possível detectar o vírus com uma amostra de células do cérvix (porção inferior
e estreita do útero), por meio do exame de Papanicolau ou de citologia vaginal.
O exame específico de HPV pode identificar em uma amostra uma ou mais variações
de maior risco do vírus - aquelas associadas ao câncer. Às vezes, esse exame é
feito depois que "células anormais" são detectadas no cérvix ao fazer
uma de rotina.
No caso dos homens,
segundo o NHS, "não existe atualmente um teste confiável para detectar o
HPV e é muito difícil diagnosticá-lo, já que as cepas de maior risco do vírus
não apresentam sintomas". Se uma pessoa tem um alto risco de ter uma
infecção anal de HPV ou de desenvolver câncer anal, é possível fazer uma
citologia anal.
Por outro lado, as cepas
do vírus consideradas menos perigosas têm como sintoma verrugas que podem ser
vistas ou sentidas na região genital, tanto em homens quanto mulheres.
4. A infecção não tem cura, mas é possível
tratar os efeitos
Não há tratamento
disponível para se livrar do HPV, mas é possível tratar a infecção quando há
efeitos. A maioria das infecções não causa danos graves e desaparece sozinha
"em um período de dois anos". As verrugas genitais podem ser tratadas
com cremes, loções ou produtos químicos. Também podem ser extraídas ou ter seu
tecido destruído através de congelamento ou queima.
Nas mulheres, uma
infecção persistente de um tipo de HPV considerado de alto risco pode causar
alterações nas células do cérvix, o que aumenta o risco de desenvolver câncer
cervical, também chamado de câncer de colo uterino. A presença de células consideradas
"anormais" no cérvix pode ser tratada se detectada a tempo.
Por isso, especialistas
recomendam que as mulheres façam citologia regularmente como prevenção. Em 99%
dos casos de câncer de colo uterino, a causa é o HPV, segundo o NHS. Outros
tipos de câncer associados ao HPV não apresentam sintomas na fase inicial, como
o câncer de boca, garganta e pênis.
5. Há vacinas para os jovens
Há várias vacinas
disponíveis no mercado. Algumas protegem contra duas variáveis do HPV de risco
mais alto, a 16 e a 18, que causam mais de 70% dos casos de câncer cervical,
segundo estimativas. Outra vacina mais
recente oferece uma proteção de 90% contra o câncer associado ao HPV, ao evitar
mais variações do vírus de alto risco.
Em alguns países, essas
vacinas são oferecidas a meninas na fase adolescente como medida de saúde
nacional. No entanto, um número cada vez maior de especialistas afirma que os
meninos também devem ser vacinados. (BBCBrasil)
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