O horário de
verão, que chega ao fim novamente à 0h deste domingo, divide opiniões não só da
população, mas também de especialistas.
Entre os
brasileiros, uns comemoram ter uma hora a mais de sol por dia, enquanto outros
reclamam da imposição de adaptar a rotina duas vezes ao ano - sabe-se que o
corpo humano leva ao menos 14 dias para se acostumar com o horário de verão e,
enquanto isso não ocorre, problemas como falta de atenção, de memória e sono
fragmentado podem ocorrer.
Especialistas
em gestão de energia ouvidos pela BBC Brasil, por sua vez, concordam que a
mudança de horário pode ser útil - mas há controvérsias sobre a forma como ela
é aplicada e sobre transparência dos dados sobre a economia gerada.
No mundo, o horário diferenciado é adotado em 70
países - atingindo cerca de um quarto da população mundial. No Brasil, foi
usado pela primeira vez no Brasil durante a gestão de Getúlio Vargas, em 1931 e
1932, mas só passou a ser adotado sem interrupções a partir de 1985, sendo
regulamentado por decreto-lei apenas em 2008, no governo Luiz Inácio Lula da
Silva.
A ideia por
trás da medida é poupar os recursos da matriz energética no horário de pico de
consumo de energia, entre 18h e 21h, quando boa parte da população chega em
casa e utiliza a energia doméstica e boa parte de comércio e indústria
continuam ativos.
Energia e potência
Segundo
Claudio Sales, presidente do Instituto Acende Brasil, o horário de verão é
importante não para a diminuição do consumo de energia em si, mas pela potência
que a matriz energética precisa oferecer, que acaba reduzida durante esse
período de quatro meses.
"A
quantidade de energia que seria economizada no horário de verão é relativamente
pequena porque o simples deslocamento da faixa horária de pico não significa
uma economia expressiva no dia inteiro", afirmou à BBC Brasil.
A diferença, segundo ele, é na capacidade
energética que precisa estar funcionando para atender à população, a chamada
"demanda de ponta". Ou seja, poupa o esforço extra das usinas que
estão ativas para garantir que, ao ligar o interruptor em casa, a luz irá
acender.
A economia é possível porque não é necessário
acionar energia extra das usinas termelétricas para garantir o abastecimento do
país nos horários de pico.
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