Impressionante o estágio de degradação que toma conta da política brasileira, como se fosse algo tolerável e aceitável.
Lobão-sem contar o filho, com contas bloqueadas na Suíça- é
investigado na Lava-Jato, em 2 inquéritos, e preside a Comissão de
Constituição e Justiça, que acaba de julgar e aprovar o novo Ministro
indicado ao Supremo, Alexandre Moraes, ex–Ministro de Temer. Comissão
esta, que tem 10 de seus membros citados nas delações premiadas.
Ao mesmo tempo, o presidente interino, Temer, nomeia seu
dileto amigo, Moreira Franco, supracitado em delações, para o cargo de
Ministro, fingindo ser algo normal, quando até as carpas do lago
Paranoá, sabem que foi para lhe dar o foro privilegiado.
Do seu grupo já havia sido apeado o baiano Geddel, por
tráfico de influência, e, agora, acusado em várias outras situações de
possível fraude na CEF. Padilha, que atua como seu auxiliar técnico na
contabilidade da bancada, é, também, acusado em delações.
Como se tudo isto não bastasse, Romero Jucá, nomeado
Ministro, mas afastado por acusações, reassumiu como líder do governo
Temer- que parece nunca ficar constrangido por nenhum nível de
imoralidade- e não para de tentar medidas que tragam impunidade ou
bloqueie a Lava-Jato. Jucá, o Cajú, da lista da Odebrecht, servidor
universal de todos os governos, useiro e vezeiro no noticiário policial,
assume um protagonismo inacreditável. Em 2005 ficou conhecido como o
"fazendeiro do ar", por oferecer fazendas fantasmas na Amazônia como
garantia de empréstimos ao Banco da Amazônia (Basa). Como sempre,
ressalte-se, escapou ileso. Este Jucá, ao se referir a Ministros do STF,
que discutiam uma proposta de restringir o alcance da prerrogativa de
foro, disse que "Se acabar o foro, é para todo mundo. Suruba é suruba.
Aí é todo mundo na suruba, não uma suruba selecionada". Este linguajar
de cabaré revela a alma e o nível de degradação dos ocupantes dos cargos
mais poderosos da República. Este homem é o líder do governo. Imaginem.
Há, no entanto, sinais de agravamento. Operação da PF, hoje,
revela propina de U$S40 milhões que teria sido destinada a Senadores do
PMDB.
Enquanto isto, Temer, avança nas medidas econômicas,
inclusive com redução dos juros, controle da inflação, e nas reformas
necessárias, mas finge não ver, ou aprova silenciosamente, o
comportamento francamente criminoso de seus principais auxiliares.
Esquece que seu capital político é uma ninharia e que não há vestal em
meio à lama. Temer devia lembrar-se.
Nenhum comentário:
Postar um comentário