Nos primórdios da
propaganda, grandes marcas pagavam celebridades para promover seus produtos.
Mas, e se essas marcas pagassem os seus amigos - ou pessoas que parecem ser
seus amigos, por exemplo, quem você segue no Twitter ou no Facebook - para
promover produtos?
Agora, imagine se uma
única companhia tivesse controle direto sobre centenas de contas de mídia
social com grande número de seguidores jovens - e decidisse "vender"
a grandes marcas globais o acesso privilegiado a esse grupo?
Pois essa companhia
existe. Chama-se Social Chain. Fundada em 2014, por dois jovens de vinte e
poucos anos, ela tem sede em Manchester (Reino Unido) e filiais em cidades como
Nova York e Berlim.
A empresa opera em um
mercado bastante lucrativo. Hoje, metade do orçamento de publicidade no Reino
Unido é gasto na internet. E segundo o Internet Advertising Bureau (IAB), órgão
que representa o setor de propaganda digital no país, apenas em 2015, 1,25
bilhão de libras (R$ 5 bilhões) foram gastos com marketing em mídias sociais.
Entre os clientes da
Social Chain estão marcas globais como Apple, McDonalds e Universal Studios,
além de outras, que a empresa não divulga.
"Dizem por aí que a
Social Chain é capaz de fazer qualquer coisa virar trending topic (assunto
popular de conversa no mundo digital) em menos de meia hora", diz à BBC um
dos fundadores da empresa, Steve Bartlett, de 24 anos.
A empresa de Bartlett
controla mais de 400 contas de mídia social. Juntas, essas contas acumulam mais
de 300 milhões de seguidores - o equivalente à população dos Estados Unidos -,
a grande maioria, jovens.
No escritório de
Manchester trabalham hoje mais de 80 pessoas. A média de idade é 22 anos. A
proporção de homens para mulheres é 9 para cada uma. Esses são os jovens que
decidem sobre o que conversam - e, muitas vezes, o que consomem - os outros
jovens.
Momento 'eureka'
Bartlett abandonou o
curso de administração de empresas na universidade para fundar seu negócio. Ele
tinha um site voltado para o público estudantil e procurava formas de usar as
mídias sociais para gerar tráfego.
Um dia, se deu conta de
que o "ouro" não estava no site e, sim, nas páginas de mídia social.
Encontrou uma conta no Twitter que fazia sucesso com estudantes e convidou o
dono para trabalhar com ele.
A conta, do estudante
Dominic McGregor, chama-se Student Problems. Hoje, ela tem 170 mil seguidores. "Dom
(McGregor) publicava conteúdo de entretenimento e notícias locais, e tinha
milhares de seguidores", diz Barlett à BBC.
"Entrei em contato
com ele e começamos a conversar sobre como a página dele, e milhares de outras,
poderiam ser utilizadas para conectar uma audiência a uma marca",
acrescenta. Assim, teve início a Social Chain. Mas por que as grandes marcas
estão contratando os serviços dessa pequena empresa - e não os das agências
globais de propaganda?
"A mídia social coloca você muito mais perto dos
seguidores, em um plano muito mais pessoal", explica Bartlett. Click aqui e leia matéria completa noBBCBrasil.
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