domingo, 26 de fevereiro de 2017

Os jovens que decidem sobre o que falam – e o que consomem - os outros jovens



Nos primórdios da propaganda, grandes marcas pagavam celebridades para promover seus produtos. Mas, e se essas marcas pagassem os seus amigos - ou pessoas que parecem ser seus amigos, por exemplo, quem você segue no Twitter ou no Facebook - para promover produtos?

Agora, imagine se uma única companhia tivesse controle direto sobre centenas de contas de mídia social com grande número de seguidores jovens - e decidisse "vender" a grandes marcas globais o acesso privilegiado a esse grupo?

Pois essa companhia existe. Chama-se Social Chain. Fundada em 2014, por dois jovens de vinte e poucos anos, ela tem sede em Manchester (Reino Unido) e filiais em cidades como Nova York e Berlim.

A empresa opera em um mercado bastante lucrativo. Hoje, metade do orçamento de publicidade no Reino Unido é gasto na internet. E segundo o Internet Advertising Bureau (IAB), órgão que representa o setor de propaganda digital no país, apenas em 2015, 1,25 bilhão de libras (R$ 5 bilhões) foram gastos com marketing em mídias sociais.

Entre os clientes da Social Chain estão marcas globais como Apple, McDonalds e Universal Studios, além de outras, que a empresa não divulga.

"Dizem por aí que a Social Chain é capaz de fazer qualquer coisa virar trending topic (assunto popular de conversa no mundo digital) em menos de meia hora", diz à BBC um dos fundadores da empresa, Steve Bartlett, de 24 anos.

A empresa de Bartlett controla mais de 400 contas de mídia social. Juntas, essas contas acumulam mais de 300 milhões de seguidores - o equivalente à população dos Estados Unidos -, a grande maioria, jovens.

No escritório de Manchester trabalham hoje mais de 80 pessoas. A média de idade é 22 anos. A proporção de homens para mulheres é 9 para cada uma. Esses são os jovens que decidem sobre o que conversam - e, muitas vezes, o que consomem - os outros jovens.


Momento 'eureka'

Bartlett abandonou o curso de administração de empresas na universidade para fundar seu negócio. Ele tinha um site voltado para o público estudantil e procurava formas de usar as mídias sociais para gerar tráfego.

Um dia, se deu conta de que o "ouro" não estava no site e, sim, nas páginas de mídia social. Encontrou uma conta no Twitter que fazia sucesso com estudantes e convidou o dono para trabalhar com ele.

A conta, do estudante Dominic McGregor, chama-se Student Problems. Hoje, ela tem 170 mil seguidores. "Dom (McGregor) publicava conteúdo de entretenimento e notícias locais, e tinha milhares de seguidores", diz Barlett à BBC.

"Entrei em contato com ele e começamos a conversar sobre como a página dele, e milhares de outras, poderiam ser utilizadas para conectar uma audiência a uma marca", acrescenta. Assim, teve início a Social Chain. Mas por que as grandes marcas estão contratando os serviços dessa pequena empresa - e não os das agências globais de propaganda?

"A mídia social coloca você muito mais perto dos seguidores, em um plano muito mais pessoal", explica Bartlett.  Click aqui e leia matéria completa noBBCBrasil.

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