sábado, 30 de outubro de 2021

 

Se eu viesse...

Se eu viesse a lhes falar de cores,

poderia muito lhes dizer sobre charutos.

Afinal há neles, incontáveis tons,

variando dos marrons, quase negros,

passando pelos colorados,

uns menos, outros mais avermelhados,

havendo os esverdeados,

chegando aos tons amarelados,

pálidos, quase desmaiados.

 Seu eu viesse a lhes falar de blends,

não me limitaria

a lhes falar de cafés, de uísques.

Certamente algo lhes diria

sobre os charutos

e as misturas complexas,

dos vários tipos de fumos,

que dão caráter próprio a cada um deles.

 Se eu viesse a lhes falar de magia,

às artes circenses,

às crenças medievais,

às sociedades secretas,

não me restringiria.

Iria, sem dúvida,

lhes falar do encanto mágico do charuto.

Seja quando surgiu em rituais,

seja depois,

quando se fez símbolo de status,

de poder e de algo mais.

 Se eu viesse a lhes falar de doçura,

por certo, que além de lhes falar de mel,

eu lhes diria

do quanto é doce o charuto,

quando preparado,

com um bom tabaco,

bem curado.

Se eu viesse a lhes falar de irmãos,

lhes falaria,

charutos em suas caixas,

retratos de uma confraria,

dedos de uma mesma mão.

Parecem-se muito,

mas iguais não são.

Mas hoje não irei falar de coisas tais.

 Vou só falar das saudades.

Coloridas, complexas,

mágicas, doces e fraternas.

Que sinto dos meus amigos,

quanto sinto dos meus charutos,

quando não estão cá, a meu lado.


 

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