Ouvi um
colega radialista fazer, no ar, algumas afirmações sobre o ex-provedor da Santa
Casa de Misericórdia, Dr. José Mendes Neto e, confesso, fiquei surpreso. Não
sei se por desinformação, amizade ou causa própria, o colega cometeu alguns
equívocos. O primeiro deles foi afirmar que muito do avanço tecnológico que o
Hospital Dom Pedro de Alcântara (HDPA) experimenta hoje, que o colocou na era
da Alta Complexidade, se deve a esforços do ex-provedor. É um grande equívoco.
Posso
afirmar isso porque tenho conhecimento de causa. Quando tomei conhecimento que
o deputado Milton Barbosa, desconhecido em Feira de Santana, estaria doando
toda a sua verba de subvenção social (cinco milhões) à Santa Casa de
Misericórdia de Feira de Santana, eu me questionei: Por que diabos este
deputado está doando tanto dinheiro para uma instituição com a qual ele não tem
nenhuma afinidade, em um município que ele sequer conhece ou é conhecido?
Quando
procurei saber do então provedor, Dr. José Mendes Neto, ele me disse que o
deputado doara muito mais. E me levou a ver num prédio em frente ao HDPA,
diversos caixotes onde, segundo ele, estavam equipamentos de ponta adquiridos
com as verbas do deputado, e que muito mais estariam chegando. À bem da
verdade, apenas o equipamento de hemodinâmica está instalado e funcionando no
setor de cardiologia, e também leitos de UTI.
O aparelho
da Tomografia Computadorizada está funcionando, mas quando foi adquirido já era
ultrapassado. A empresa fabricante já fechou, a Phillips assumiu, e já
comunicou que não haverá mais peças de reposição. O Hospital terá que adquirir
outro. Os demais equipamentos adquiridos não foram instalados e outros foram
devolvidos porque eram obsoletos, de má qualidade ou simplesmente não foi
efetuado o pagamento pela aquisição dos mesmos. Aliás, é válido lembrar que a
atual administração do setor de Cardiologia, construiu e equipou com o que há
de mais moderno o Centro Cirúrgico.
Outro
equívoco cometido pelo colega foi a afirmação de que o ex-provedor contribuiu
para que o HDPA tivesse hoje um serviço de Radioterapia, dando início à
construção do “bunker” que abriga o acelerador linear. Não é verdade. O prédio
da Unidade de Alta Complexidade em Oncologia (Unacom) foi totalmente construído
pela Santa Casa de Misericórdia em parceria com o consórcio de clínicas que
tratam de pacientes com câncer, e que hoje administra a Unacom. A construção do
“bunker”, anexo ao prédio da Unacom, foi realizada como contrapartida da Santa
Casa à doação do acelerador, por parte do Ministério da Saúde, e teve um custo
de cerca de R$ 2 milhões. O projeto da obra, inclusive, prevê a construção de
mais um “bunker”, o que deverá acontecer no ano que vem, pois o Ministério vai contemplar
o HDPA com mais um aparelho de radioterapia. O ex-provedor nada teve a ver com isso.
Por fim ele
declarou que o ex-provedor é um injustiçado. Nisso, concordamos, porque até
hoje a Justiça ainda não o acionou por conta do afundamento da Santa Casa numa
dívida de quase R$ 8 milhões, pelo não pagamento de cerca dez meses de salários
dos servidores do HDPA, por dívidas não pagas a fornecedores e ao governo
federal, inclusive com sumiço de documentos comprobatórios da existência destas
dívidas, o que dificulta o pagamento das mesmas. Por conta disso, a Santa Casa
se encontra impedida de receber verbas federais. Estas informações podem ser
confirmadas pela diretoria da Santa Casa de Misericórdia de Feira de Santana.
Realmente,
justiça precisa ser feita ao ex-provedor e seus assessores.
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