Oferecia sigilo absoluto para o político que ficasse com ele. O
primeiro telefonema foi feito pelo Promotor de Justiça, Bruno Galatti. Só
então, Osmar ficou sabendo ter cometido um crime grave e poderia passar quatro
anos na prisão, além de pagar multa. O Promotor afirmou que atitudes assim
“colocam em risco a democracia”.
Essa história está contada na Cartilha Política que a
Arquidiocese de Feira de Santana lançou este ano, contendo “critérios e
orientações que possam ajudar aos cidadãos a cumprir seu dever eleitoral com
consciência e responsabilidade”. No texto de apresentação da Cartilha, há ainda
a ponderação de que “a justiça precisa
ter uma visão suficientemente ampla para entender os atenuantes e os
agravantes. A lei não tem valor absoluto, mas visa defender um valor. E os
valores não são todos iguais. Osmar Aparecido explicou as razões de seu gesto:
desespero e protesto. Desespero pela falta de emprego e protesto contra a
omissão e a corrupção de muitos políticos”.
Na
verdade, há muito a ser corrigido e melhorado na legislação eleitoral do
Brasil. A campanha eleitoral deste ano foi pródiga em candidatos a vereador
prometendo realizar ações e obras que competem apenas ao Executivo. Isso
confunde a cabeça do eleitor que, segundo se percebe claramente nas conversas e
entrevistas, não tem noção exata sobre qual é o verdadeiro papel de um
vereador.
Os
ataques pessoais no Horário Eleitoral são punidos pela Justiça, mas, as
mentiras também se constituem em ataques velados aos adversários e carecem de
maior atenção da Justiça. Aliás, a campanha eleitoral não deveria ser realizada
com todo esse estardalhaço que se compara mais a uma festa fútil do que ao
evento importante que é uma eleição. Os candidatos deveriam ser obrigados por
lei a se ater aos seus planos de governo, chegando ao eleitor através dos meios
de comunicação e de palestras, reuniões, impressos, etc. , sem precisar
emporcalhar as ruas com papelada nem tirar o sossego das pessoas com o barulho
irritante dos carros de propaganda.
Voltando à Cartilha Política, ela preconiza que “a
democracia está ameaçada por razões mais graves do que o solitário oferecimento
do voto em troca de pão. A ameaça parte da corrupção dos que se apossam de
verdadeiras fortunas de dinheiro público. Aliás, é bom recordar que não existe
dinheiro público, mas sim, dos contribuintes”, aqueles que pagam impostos.
Por fim, alerta que “a atenção das autoridades deve
concentrar-se nestes pontos. Se isto não acontecer, podemos repetir a afirmação
de Diógenes, filósofo grego, para quem os grandes ladrões enforcam os pequenos”.
Um comentário:
Muito bom companheiro, até entendo o ponto de vista da diocese, só que para preservarmos essa "Democracia" e não a expor ao perigo temos que;educar o povo para que aprendam a pensar e votar, precisamos de politicas públicas e de políticos sérios, por que enquanto o nosso povo não tiver educação e enquanto essa corja que sempre se renova a cada eleição não for extinta do País, não tem Democracia certa.
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