
Uma das maneiras de inibir a Lava-jato está sendo conduzida pelo atual Procurador Geral da República, Augusto Aras, escolhido por Bolsonaro, fora da lista tríplice. Usando o sofisma de corrigir excessos, ele fez sérias acusações aos Procuradores- sem exibir nenhuma prova-, requisitou todos os dados para si e baixou uma portaria que lhe permite acessar o formidável banco de dados de todas as operações da Lava-Jato, no país. Aras faz isso sem o pudor de desmerecer, desqualificar, os colegas e a própria instituição a qual pertence. Caso quisesse corrigir rumos operacionais- o que deve ser feito e seria natural- o faria administrativamente, e não com o agressivo discurso que tem exibido contra a Lava-Jato e que coloca em risco os seus resultados.
Assim, o PGR vai se tornando uma força contrária ao que o país deseja e faz um agrado ao governo Bolsonaro, cada vez mais recheado de denunciados da Lava-Jato. Tudo poderia ser um erro de interpretação se o próprio PGR não tivesse produzido uma dessas frases bestiais que escapam e sintetizam com clareza luminar os fatos: “esse conceito lavajatismo há de ser superado pelo natural, bom e antigo enfrentamento à corrupção"
O natural, bom e antigo enfrentamento a corrupção, gerou apenas 500 anos de impunidade. Só consigo me lembrar das últimas palavras de Kurtz, agonizante dentro do barco de Marlow, no Congo, em Coração das Trevas, o monumental livro de Joseph Conrad: "O Horror! O Horror”.
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