Estimativas
iniciais de produção de um milhão de doses da vacina experimental
contra covid-19, da Universidade de Oxford, até setembro podem estar
subestimadas dependendo de como os testes em estágio avançado serão
concluídos, disse hoje, em Londres, um pesquisador.

"Poderá haver um milhão de doses fabricadas
até setembro, isso agora parece uma notável subestimativa, dada a escala
do que está acontecendo", afirmou Adrian Hill, da Universidade de
Oxford, se referindo à capacidade de produção da AstraZeneca, parceira
da universidade no desenvolvimento da vacina.
"Certamente haverá um milhão de doses em
torno de setembro", acrescentou. Ele disse, ainda, que é possível as
vacinas estarem disponíveis até o fim do ano.
Resposta imunológica
A vacina experimental da AstraZeneca contra a
covid-19 se mostrou segura e produziu resposta imunológica em testes
clínicos de estágio inicial feitos em voluntários saudáveis, mostraram
informações divulgadas hoje, em Londres.
A vacina, chamada Azd1222 e que está sendo
desenvolvida pela farmacêutica em parceria com cientistas da
Universidade de Oxford, no Reino Unido, não apresentou nenhum efeito
colateral grave e provocou respostas imunes com anticorpos e células T,
de acordo com os resultados dos testes publicados na revista médica The Lancet.
A vacina está sendo testada desde junho no
Brasil em Fase 3 de estudos clínicos, a última etapa antes do registro,
num estudo liderado pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).
"Esperamos que isto signifique que o sistema
imunológico lembrará do vírus para que nossa vacina proteja as pessoas
por um período prolongado", disse o principal autor do estudo, Andrew
Pollard, da Universidade de Oxford.
"Entretanto, precisamos de mais pesquisas
antes de podermos confirmar que a vacina protege efetivamente contra a
infecção de Sarsd-CoV-2 (covid-19) e quanto tempo qualquer proteção
dura", disse.
Testes intermediários
A vacina da AstraZeneca é uma das principais
candidatas no combate a uma pandemia que já tirou mais de 600 mil
vidas, além de outras em testes intermediários e finais.
Entre elas, estão a vacina sendo
desenvolvida pela chinesa SinoVac Biotech - que também está sendo
testada no Brasil pelo Instituto Butantan, em São Paulo -, outra da
estatal também chinesa Sinopharm e outra da empresa de biotecnologia
norte-americana Moderna.
A AstraZeneca assinou acordos com governos
de todo o mundo para fornecer a vacina caso ela se mostre eficiente e
obtenha aprovação regulatória. A empresa disse que não buscará lucrar
com a vacina durante a pandemia.
Um dos acordos foi feito com o governo
brasileiro e prevê que a vacina seja produzida no país pela Fundação
Oswaldo Cruz (Fiocruz), segundo a agência de notícias Reuters.
Pesquisadores disseram que a vacina provocou
efeitos colaterais brandos com mais frequência do que ocorre em um
grupo de controle, mas que alguns destes puderam ser reduzidos com o uso
de paracetamol e que ela não causou efeitos adversos graves. (Agência Brasil)
Nenhum comentário:
Postar um comentário