terça-feira, 22 de dezembro de 2020

Crescimento de casos de covid-19 pode levar o sistema de saúde ao colapso em Feira de Santana


O aumento exponencial dos casos de covid-19, comprometendo a oferta de vagas de leitos hospitalares nas redes pública e privada do município,  pode levar todo o sistema de saúde ao colapso, apesar das incontáveis medidas sanitárias impostas pela Prefeitura para conter o avanço da pandemia.

A gravidade da situação foi exposta pelo prefeito Colbert Martins da Silva Filho, em coletiva remota realizada na manhã desta terça-feira, 22, no Paço Municipal Maria Quitéria, enquanto mais um paciente ia a óbito na já superlotada UTI do Hospital Municipal de Campanha.

A médica e infectologista Melissa Falcão, coordenadora do Comitê de Combate ao Coronavirus, ao admitir que " chegamos em nosso pior momento", visivelmente emocionada, conclamou a sociedade a obedecer as regras de distanciamento e os cuidados sanitários recomendados pelas autoridades de Saúde, como usar máscara e lavar corretamente as mãos.

"Estamos próximos do Natal, e achávamos que neste final de ano já estaríamos com uma certa tranquilidade. Mas, em verdade, estamos em nosso pior momento. Tivemos, nos três primeiros meses da doença ( depois do primeiro caso, em março), em junho, 3.066 casos. Nas três semanas de dezembro já atingimos 3.417 casos, ou seja, mais de mil casos por semana", pontuou a infectologista.

O anúncio das primeiras levas de vacina que vêm sendo aplicadas, sobretudo na Europa e Estados Unidos, tem causado, segundo Melissa Falcão, uma sensação de que todos já estão vacinados, dado o comportamento desassombrado das pessoas, que continuam buscando ambientes de aglomeração, como bares, restaurantes, e festinhas privadas.

"A gente que convive nas unidades hospitalares, prestando um atendimento mais de perto, vendo marido e mulher sendo internados em alas que também se encontram internados seus filhos, vê esse crescimento de casos, mas não vemos um retorno positivo da sociedade para o que está acontecendo, neste momento", lamentou a coordenadora.

Sem espaço físico para ampliar suas instalações, e com a UTI  100% ocupada, o coordenador do Hospital Municipal de Campanha, Alexandre Mota, enfatizou que a situação é extremamente preocupante, " e se as pessoas não fizerem o distanciamento social, correm o risco de precisar de um leito para internação e não encontrar vaga." Segundo ele, além do espaço físico, o mais agravante é a indisponibilidade de profissionais de saúde para atuarem em UTIs.

Já o superintendente do Procon e coordenador da Fiscalização Preventiva Integrada, Cleidson Almeida, responsável por fazer cumprir os decretos municipais no tocante aos protocolos sanitários vigentes sobre a Covid, afirmou que foram fechados e notificados 23 bares, neste final semana, enquanto outros seis estabelecimentos foram interditados. A maioria das intervenções ocorreu nas principais avenidas da cidade.

O prefeito Colbert Filho enfatizou que, apesar das tratativas que a Prefeitura vem mantendo com as esferas estadual e federal para obter a vacina, no momento, a melhor vacina é o uso de máscara e o distanciamento social.

"As pessoas não estão tendo praticamente nenhuma, e se comportam como se já estivessem sido vacinadas. A vacina é o melhor fato que temos neste momento. Mas, ela só chega nos próximos dois, três meses. Enquanto isso, os riscos continuam", advertiu.

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