domingo, 27 de dezembro de 2020

Histórias da Princesa

        Continuando nossa série de histórias e estórias de Feira de Santana, trazemos hoje matéria sobre as ações para preservar o meio ambiente no município. O poder público tem realizado ações para preservação do meio ambiente. Além do Parque da Lagoa do Geladinho, também foi criado O Parque da Cidade. A SEMMAM está sempre realizando plantio de árvores, especialmente nas novas avenidas, realizando blitzes educativas, procurando envolver a comunidade nestas ações. O Governo também vai elaborar o
Plano Diretor de Drenagem e Manejo de Águas Pluviais em todo município. Confira a seguir.

Meio Ambiente tem muitas ações, mas a Agenda 21 ainda “hiberna”

         Por muitos anos a questão ambiental em Feira de Santana foi relegada a segundo plano. Só a partir dos anos 80 começou-se a falar em Meio Ambiente nos meios políticos da cidade, mas quase sempre em atitudes demagógicas, político eleitoreiras, porque ambientalismo era apenas um modismo e nunca foi levado a sério. A Lagoa do Prato Raso, situada no bairro da Queimadinha, começava a receber a convergência de esgotos sanitários e já era alvo de aterramentos criminosos para construções de pontos comerciais e residências. Tudo isso ante a indiferença dos poderes públicos, que fechavam os olhos para a ilegalidade, e ainda havia empresas como Coelba, que levava rede elétrica para os imóveis, bem como a Embasa, que fazia as ligações para fornecimento de água.         

Parque da Lagoa Erivaldo Cerqueira

A lagoa se dividia em duas partes, cortada que foi pela construção da BR-116 Norte. Ao Leste, dentro do Bairro da Queimadinha, ela foi acossada ainda pela construção de um Condomínio. E foi diminuindo e secando até virar um lago de esgotos e que tende a desaparecer de vez. Melhor sorte teve a parte Leste, que fica dentro do bairro das Baraúnas, foi urbanizada pela Prefeitura Municipal, sendo totalmente cercada, foram construídos quiosques e pistas para caminhadas, recebendo o nome de Parque da Lagoa Erivaldo Cerqueira.

Mas a maioria das lagoas e espelhos d´água e nascentes da cidade, não tiveram sorte. O município, que já teve mais de 120 lagoas, hoje tem 60, segundo levantamento da Secretaria Municipal de Meio Ambiente. Tudo isso devido a sanha imobiliária que aterrou lagos para construir loteamentos, sem sofrer qualquer tipo de repressão dos poderes públicos. O mesmo aconteceu com grandes áreas arborizadas. Coleta seletiva de lixo é coisa dos dias atuais e não passa de 20 ou 25%. A questão ambiental só ganhou um impulso efetivo no Município, a partir do final da década de 90, quando Ecologia virou palavra de ordem, com a realização da Eco-92, no Rio de Janeiro. Ali surgiu a Agenda 21, um compromisso firmado entre os poderes públicos e a sociedade organizada, para proteção do Meio Ambiente, com a realização de ações e obras em defesa da natureza.

Agenda 21

A Agenda 21 é fruto da Conferência Rio 92, que estabeleceu para o ano 2000 uma grande reforma e consolidação do trabalho ambiental. É um programa de preservação do meio ambiente, que se faz mediante projetos e ações com o poder público e sociedade civil caminhando juntos. Em alguns países a Agenda 21 foi montada e prosperou. Como ela pode ser Federal, Estadual, Municipal ou particular, em alguns lugares prosperou em outros não. Em Feira de Santana teve início no dia 16 de novembro de 1999, por  ocasião do seminário “Construindo a Agenda 21 de Feira de Santana”, com a participação da Prefeitura Municipal, Câmara de Vereadores, Universidade Estadual, Fórum de Meio Ambiente, Ministério Público, Igrejas, grupos ecológicos, associações de bairro, sindicatos, secretarias municipais, segunda Dires e pessoas da comunidade onde foi criado o Fórum Agenda 21. O objetivo era tornar a cidade mais humana, melhorar a qualidade de vida da população sem destruir o meio ambiente, garantindo um futuro melhor para filhos e netos. Qualidade de vida é ter saúde, renda, educação, saneamento, transportes e lazer, através do Desenvolvimento Sustentável. A população feirense teria oportunidade de participar do planejamento dos serviços básicos e influenciar nas políticas públicas que afetam seu dia-dia, bem como a distribuição delas no orçamento municipal.

Hibernando

“Eu costumo dizer que a Agenda 21 em Feira de Santana está hibernando. Não a considero como morta, porque algum dia se implantará no município”.  A afirmativa é do frei José Monteiro Sobrinho, um dos principais ativistas da defesa do Meio Ambiente em Feira de Santana e um dos responsáveis pela implantação da Agenda 21 no município, que, segundo ele, não aconteceu porque não se conseguiu um elo entre o Poder Público e a Sociedade Civil.

         Quando era diretor do Centro de Assistência Social Santo Antônio (Cassa), Frei Monteiro já se envolvia com o meio ambiente. “Quando foi proposta a implantação da Agenda 21 em Feira de Santana, eu achei a oportunidade excelente para me inseri nessa atividade, porque a agenda 21 como é projetada e desenhada, envolve o poder público e a sociedade civil organizada.  Achei um caminho excelente para consolidar o trabalho que nós estávamos fazendo e agregarmos o trabalho aos demais com os mesmos objetivos ambientais”, disse ele. Até foram implementadas algumas ações, atividades como a demarcação da área da Lagoa do Subaé. "Na época conseguimos apoio da Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS) através do trabalho dos seus técnicos e alguma verba junto ao Centro Industrial do Subaé (CIS)”.

Frei Monteiro, que também desenvolveu outras ações para movimentar a população no sentido de despertar para o problema dessa lagoa que estava sendo degradada e praticamente extinta. “Esse era um trabalho que nós já vínhamos desenvolvendo no Cassa e no Colégio Santo Antônio. Por diversas vezes conseguimos reunir em praça pública grande número de pessoas e fizemos três caminhadas para a lagoa, onde realizamos plantações de árvores”.

Ecofeira

         Com o apoio do então comandante da Polícia Militar, coronel Martinho, foi criado o Movimento Ecofeira com alguns objetivos, e um destes era inserir a PM na Agenda 21, através do Colégio Militar, inserir os policiais em formação, neste sentimento e nesta ação ambiental. “Foi um projeto grande. Surgiu com este objetivo. E uma vez por mês nos reuníamos para discutir assuntos e problemas como a tensão que se criou entre o órgão estadual de Meio Ambiente e a população ribeirinha do rio Jacuípe, que estava sendo ameaçada de despejo sumário. Apresentamo-nos como voluntários para mediação e, embora solidários com a população, fizemos ver que eles estavam em lugar errado, mas, que não seria empurrado dali para o lixo. E buscamos junto ao governo do Estado locais para reassentar quem está na beira do rio sem lhes tirar o trabalho.

Conforme Frei Monteiro, entre as ações desenvolvidas estava um levantamento das áreas críticas do Rio Jacuípe, através de filmagens e um consequente estudo para apresentação ao público. Nestas áreas críticas incluem-se as áreas de inundação ocupadas pela população, esgotos despejados sem tratamento, desmatamento e, consequentemente, assoreamento do leito do rio. “Pessoalmente, através da Fundação Santo Antônio, fiz um trabalho de filmagem do rio desde a nascente em Morro do Chapéu, até onde ele desemboca no lago do Paraguaçu”. O trabalho foi feito e seria apresentado na Câmara Municipal, não tendo ocorrido por conta da pandemia.

Parque da Cidade Frei José Monteiro Sobrinho

O poder público tem envidado ações para preservação do meio ambiente. Além do Parque da Lagoa do Geladinho, também foi criado O Parque da Cidade, que leva o nome do Frei Monteiro. A SEMMAM está sempre realizando plantio de árvores, especialmente nas novas avenidas, realizando blitzes educativas, procurando envolver a comunidade nestas ações.


No mês de agosto passado o prefeito autorizou a Escola Politécnica da UFBA, que vai elaborar o Plano Diretor de Drenagem e Manejo de Águas Pluviais em todo município, visando prevenir alagamentos e inundações de ruas, a iniciar os levantamentos na cidade e na sede dos distritos. Uma ação conjunta entre a Prefeitura de Feira de Santana e o 35º Batalhão de Infantaria resultará na revitalização do trecho do rio Subaé, que compreende o Parque Linear, na região do conjunto Jomafa e bairro Irmã Dulce.

Livro e videodocumentário sobre o Rio Jacuípe


Uma das realizações mais marcantes do Governo Municipal foi o lançamento, em setembro passado, do livro e videodocumentário sobre o Rio Jacuípe. Cinco mil e duzentos quilômetros de estradas percorridos e 14 municípios visitados. Uma maratona de entrevistas, pesquisas, observações e filmagens, tudo isso traduzido em livro e no videodocumentário. As obras “O Rio Jacuípe e as múltiplas faces da Bacia Hidrográfica” foram produzidas pela Secretaria Municipal do Meio Ambiente, através do Departamento de Educação Ambiental, em parceria com a Secretaria de Comunicação Social (Secom) e levou pouco mais de um ano para ficar pronto – as gravações começaram em julho de 2019. 

“Tanto o videodocumentário quanto o livro são um marco na história de Feira de Santana”, afirma o chefe do Departamento de Educação Ambiental, o professor e ambientalista João Dias. É dele a autoria do livro, enquanto coube ao jornalista João Batista Cruz, o olhar sensível e a intimidade com as palavras para produzir o texto que, junto com as imagens captadas pelo cinegrafista José Ricardo Santos, resultaram no documentário.

O livro foi confeccionado em papel couché brilhoso, com impressão em quatro cores e tinta biodegradável. “O mais importante de tudo isso é o seu conteúdo”, acrescenta. Segundo o chefe do Departamento de Educação Ambiental, as obras retratam a importância do Rio Jacuípe e as questões ambientais em torno dele, como o desmatamento, as queimadas, a retirada da mata ciliar, entre outros problemas, de modo a chamar a atenção das pessoas e conscientizá-las da necessidade em preservar esse recurso hídrico. 

Rio Jacuípe

“O objetivo do livro e do documentário é levar as pessoas a conhecerem o Rio Jacuípe e produzir reflexões. O que a Semmam defende, através do Departamento de Educação Ambiental, que é impossível a gente cuidar daquilo que não se conhece”. Ambos reúnem relatos de pescadores, professores e de moradores. Assista  o vídeo no final da matéria.

Entre as localidades visitadas estão Morro do Chapéu, que fica a 300 km de Feira e é onde o Rio Jacuípe nasce, Tapiramutá, Miguel Calmon, Piritiba, São José do Jacuípe, Várzea da Roça, Capim Grosso, Gavião, Nova Fátima, Riachão do Jacuípe, Antônio Cardoso, São Gonçalo dos Campos e Conceição da Feira.

Fontes: Arquivos do Blog. Movimento Água é Vida, Wikipedia, Prefeitura Municipal de Feira de Santana.

 


 

 

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