“Seu Melque”, como por todos era tratado o conceituado fazendeiro Malquisedeke Aguiar,
já havia ultrapassado a curva dos 60 e seguia firme na quilometragem, de olho no seu gado
nelore, nas suas fazendas e na mulherada
da região. Era casado, mas “não era capado”, gostava de dizer e isso até mesmo
“na cara” de dona Zulu, (Zulmira), sua digna esposa, que nessas horas pensava
até em não mais entrar em campo, perdendo por WO, e voltar para a casa dos seus
velhos pais. Mas a essa altura do certame, já com seus 53 anos, iria cair para
a terceira ou quarta divisão, como no futebol, e olhe lá!
Dessa vez Melque se metera com uma bonita morena, uma “menina” de seus 25 ou 26 anos de idade já bastante frequentada, mas de uma “ inocência” encantadora. “Melque eu gosto de você, mas sou uma moça de família, você e casado, se me quiser mesmo deixe sua mulher” parlamentava a morena todas a vezes que ele tentava iniciar sua prospecção.
E Melque se sentia tentado a mandar sua companheira de tantos anos passear, mas logo vinha o sentimento de culpa, lembrando dela de véu e grinalda, e ai amofinava. Dona Zulu por sua vez se sentia culpada, nunca dera um filho ao fazendeiro. Não podia engravidar e achava que esse era o problema do casal. Com essas dúvidas o tempo ia passando e exigia uma solução. Foi então que Melque resolveu: iria fundo na sua intimidade com a bela morena e se ela fosse realmente o que dizia “dispensaria” Zulu.
Elegante e perfumado pegou a potente
caminhonete e partiu para o encontro
fatal. Com a morena ao lado, no banco dianteiro
procurou um local aprazível para namorar. Bem instalados foi reto na sua conversa.
Embora pesaroso, estava disposto a deixar dona Zulu, mas tinha uma
contrapartida, faria uma prospecção apurada. Ela relutou, mas ele foi
inflexível. Constatou que o poço já
devia ter sofrido muitas prospecções e recebido muito petróleo! Decidiu voltar para
d. Zulu!
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