quarta-feira, 17 de março de 2021

Colápso da saúde em Feira vai exigir medidas dásticas

Não se trata de criar pânico ou fazer política- esse selvagem debate das redes sociais- trata-se de trazer alertas. Há um colapso da rede privada, em Feira, com pacientes de convênio que já foram internados na UTI, do HGCA; pacientes em fila de espera por vaga com saturação baixa, permanecendo dias em Pronto-Socorro; pacientes entubados na Emergência, ou fazendo ventilação em enfermaria. Isso, apesar de todos os hospitais privados já terem ampliado suas vagas.
A verdade é que se uma UTI nova for aberta hoje, em Feira, lota no mesmo dia. O HGCA ampliou novamente suas vagas, ontem; o Hospital de Campanha, também, mas nada supre a demanda por vagas, que ainda apresenta pico de crescimento.
Dados produzidos por professor da UEFS, mostra curva de aceleração de casos e a demanda crescente por leitos. Precisamos, em verdade, de outro hospital de campanha, pois, a situação é dramática até para quem tem convênio de saúde.
Não pensem, no entanto, que é só abrir um hospital: ele precisa de leito, material humano, respirador, heparina, medicação sedativa, que já estão ficando escassos porque o colapso é nacional.
Ainda não há dados precisos que devem ser coletados de forma mais sistemática, mas muitos que estão chegando às UTIs fizeram uso de tratamento precoce.
Não há como suprir a curva de crescimento de casos na rede de saúde, o que vai exigir medidas drásticas para conter a velocidade. É hora de agir com lucidez, responsabilidade, redobrar os cuidados de prevenção, porque o que já enfrentamos será " café pequeno" diante do que está acontecendo.
 
*César Oliveira é médico, professor da UEFS (coordenador da Residência médica do Hospital Geral Cleriston Andrade) e articulista.

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