Minha memória já não é mais a mesma, mas me lembro muito bem quando a deputada Carla Zambelli tentou consertar as coisas pedindo a seu padrinho de casamento, Sérgio Moro, que permitisse que ela promovesse um encontro dos dois para uma conversa. A resposta dele foi curta, e grossa como ele: “Não vou sujar a minha biografia”. Agora a biografia dele está mais suja que pau de galinheiro.
Quem avisa amigo é
Eu lembro também que o radialista Dílson Barbosa repetiu, inúmeras vezes, no programa Bom Dia Feira, que Sérgio Moro não deveria aceitar o convite de Bolsonaro, porque ele passaria a ser um empregado, passível de demissão a qualquer momento, e que ele estava fazendo um bom trabalho como Juiz da Operação Lava Jato, e por isso deveria continuar onde estava e onde era admirado pelos brasileiros. Moro certamente ouviu isso de outras pessoas mais próximas a ele. Então, como dizia minha Babá Madrinha, “Quem não ouve aquieta, ouve coitado”.
A desgraça está na moda?
Eu sei que quando se dá busca sobre alguma coisa na internet, o assunto começa a surgir para o usuário sem que ele tenha pedido. Tudo bem. As pessoas ou as empresas descobrem que aquela pessoa tem preferência por determinada coisa e passam a oferecer. Se a gente não der atenção, isso vai desaparecendo com o tempo. Mas eu estou intrigado é porque eu detesto notícias, filmes, documentários, principalmente se narram problemas envolvendo personagens famosos. Não busco e nem tenho o menor interesse. Mas, de uma hora para a outra, começaram a aparecer para mim vídeos com os temas: “O triste fim de fulano”; “A trágica história de sicrano”; “A dramática vida de essa menina”; “Morte trágica do rei da Cocada preta”. Ora, vão se catar. Já me bastam os meus dramas pessoais, eu lá quero saber da vida dos outros? Cada qual no seu canto goza ou sofre seu tanto. Ces’t la vie! Eu gosto de piadas, de filmes com finais felizes, humor sadio, coisas que elevem o meu astral, como músicas boas, estórias bem contadas, Alegria! Alegria! Que tristezas não pagam dívidas, como muito bem o disse o grande “Poetinha”. Quem tiver seu carvão molhado que abane sozinho!
Intervenção militar
Esta semana um áudio atribuído ao General Braga Neto, falando sobre intervenção militar, correu as redes sociais. No áudio o general critica as manifestações populares porque nelas o povo vai alegremente para as ruas, fazendo barulho, tirando selfies, mas não expressa claramente o que quer. Por exemplo, citou cartazes com dizeres como: “fora corrupção”. “Isso é muito impessoal, não cola em ninguém,”, disse ele. O general lembrou que o poder, em qualquer país, emana do povo, e as Forças Armadas servem ao povo. Mas, segundo ele, os brasileiros não sabem disso. Não têm Educação Moral e Cívica, não tem patriotismo, não sabem nada sobre Forças Armadas, nem mesmo que elas existem para servir ao povo e não a políticos ou a esta ou aquela “autoridade” de plantão. Procurei o áudio na sua origem, mas não encontrei. Talvez seja falso ou foi retirado do ar. Mas isso não invalida os conceitos ali emitidos sobre o povo brasileiro, que age em grande parte como “apátridas”, nem também sobre o papel das Forças Armadas. Há muito mais coisas importantes ditas no áudio. Inclusive sobre uma manifestação ocorrida em outro País, onde o povo acampou nas ruas, e só voltou pra casa quando os militares atenderam às ruas reivindicações. Não se vai para uma manifestação onde se reivindicará intervenção militar, como se vai para um piquenique. Tem que ir preparado para a guerra.
Porque o combustível não barateia
Consumidores em todo o Brasil estão acusando governadores de boicotar a ação do governo federal que retirou os impostos dos combustíveis. Num vídeo um consumidor de Pernambuco mostra uma nota fiscal de abastecimento, onde o imposto estadual era de pouco mais de 20%. Em outra nota, tirada alguns dias depois que o governo federal zerou seus impostos sobre os combustíveis, o imposto estadual aparece aumentado, custando agora quase 50%. É por isso que o preço dos combustíveis não baixa nos postos de abastecimento. Aqui mesmo na Bahia o governo reajustou o imposto sobre a gasolina três vezes entre o dia 1º de fevereiro e 11 de março.
Ideia de jerico
Um vereador da cidade de Canela (RS) entrou com um requerimento à Prefeitura para que aviões utilizados na pulverização de inseticidas nas plantações, fossem utilizados para pulverizar álcool gel sobre a cidade como forma de combater o corona vírus. Continuo dizendo: Burrice mata!
P.S. Se vivo fosse, Stanislaw Ponte Preta certamente estaria lançando este ano, um ano após o início da pandemia, mais um volume do seu Festival de Besteiras que Assola o País (Febeapa).
Dica musical
A minha dica musical desta semana é Terral, de Ednardo, com ele mesmo. Eu tomei conhecimento do trabalho de Ednardo nos anos 70, quando ele liderava um grupo denominado “Ednardo e o Pessoal do Ceará”, que tinha na sua composição Amelinha, Belchior, Fagner e Zé Ramalho. Nessa música ele canta as belezas do Ceará, dunas brancas, céu e mar azuis, a então famosa e frequentadíssima Praia do Futuro, Aldeota, Farol Velho e Farol Novo. “Eu sou da América, South América, eu sou da nata do lixo, sou do luxo da aldeia, eu sou do Ceará”, canta ele cheio de orgulho pela sua terra. Eram os tempos da censura do governo militar, e ela influenciou na letra da música obrigando Ednardo a fazer uma alteração muito sutil na letra, mas que demonstra toda a hipocrisia reinante na época, repleta de falso moralismo. O verso original era: “Braços, corpos, suados, na praia fazendo amor”, A censura obrigou a mudar e, na música gravada em disco (nos shows ele canta o original) saiu assim: Braços, corpos, suados, na praia falando amor”. Ednardo tem uma obra repleta de pérolas musicais como Flora, Artigo 26, A Palo Seco, Pavão Mysteriozo e muitas outras bastante conhecidas e cantadas por esse Brasil afora.
Philosopher
“Só podemos enfrentar a morte se soubermos o que é viver. Não importa onde nos encontremos, um ponto de nossas vidas pode ser apenas o início de uma jornada e não o destino”. (anônimo)
Não por acaso o poeta
escreveu: “Vai! Abandona a morte em vida em que hoje estás”. Conheci pessoas
que passaram pela vida sem ter vivido. Estavam, na maioria das vezes, presas a
algum desejo mórbido, que nunca se realizava, e não tiveram capacidade de
entender que Deus estava lhes dizendo: “Filho, esqueça. Largue isso e olhe à
sua volta. Veja quantas coisas boas eu preparei para você”. Alguns, embora tardiamente,
compreenderam e mudaram de rumo, e passaram finalmente a vida que era para
elas. Antes, estavam vivas, mas não viviam. Bendito e feliz será aquele que
abandonar as ilusões e vivenciar a vida como ela se apresenta para ele. Aqueles
que não encontram o seu caminho, morrem sem saber o que é viver.
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Por hoje é só que agora eu vou ali curtir, como sempre fiz, a minha vida, sem medo de morrer.
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