quarta-feira, 10 de novembro de 2021

Educação futurista

         

         Chegou até mim uma notícia de que o governo japonês estaria implantando um novo sistema educacional fantástico. Pena que a notícia era falsa. Mas quando li me veio à lembrança a Série de TV que mais gostava na infância e que acompanhei com interesse até a idade adulta, Jornada nas Estrelas, que me remetia sempre aos contos futuristas de Júlio Verne. Muitas das tecnologias apresentadas na série desde os anos 60, hoje são comuns no nosso dia a dia, tais como, os sensores de aproximação que abrem e fecham portas, acendem e apagam luzes, telefones celulares, cirurgias a laser, etc. 

        O sistema educacional do Japão é um dos melhores do mundo, senão o melhor, mas o que se apresentava na notícia era simplesmente futuristas, digno do cotidiano da série Jornada nas estrelas, porque simplesmente objetiva preparar cidadãos para um mundo totalmente globalizado, sem guerras, fome, preconceitos, nada destas coisas que atrasam a nossa evolução e que nos tornam indignos de compartilhar da comunidade interestelar.

         Explico: Na série o planeta terra estava mergulho no caos. Mas, como sempre, aqui e ali, cientistas trabalhavam sozinhos tentando descobrir novas tecnologias. E foi assim que um  cientista mais doido descobriu o motor de dobra espacial. E construiu ele mesmo uma espaçonave e se lançou ao espaço. Seu voo não passou desapercebido. Chamou a atenção de alienígenas de uma espaçonave que estava nas proximidades. Eram Vulcanos, um raça cuja fleugma faria ficar vermelho de inveja o mais fleugmático dos ingleses. Eles pousaram e queriam saber como o povo de um planeta tão atrasado conseguira viajar pelas estrelas. A partir dali, sob a orientação dos vulcanos o povo da terra evoluiu e se educou para conquistar o direito de fazer parte dos povos que viajavam pelas estrelas e que não tinham nenhum dos defeitos que até então os terrestres apresentavam.

         A proposta educacional do Japão seria para formar cidadãos assim. Senão, vejamos. Seria uma mudança conceitual. Os jovens aprenderiam a aceitar culturas diferentes e seus horizontes seriam globais, não nacionais. O programa seria baseado nos seguintes conceitos: apenas 5 disciplinas: Aritmética de negócios. Operações básicas e uso de calculadoras financeiras; Leitura. Começariam lendo uma folha diária do livro que cada criança escolhesse e terminariam lendo um livro por semana; Cidadania. Entendendo isso, com total respeito às leis, valor civil, ética, respeito às regras de convivência, tolerância, altruísmo e respeito à ecologia e ao meio ambiente; Computação. Escritório, internet, redes sociais e negócios online, Idiomas. 4 ou 5 alfabetos, entre japonês, latim, inglês, alemão, chinês, árabe; culturas, religiões, com visitas de intercâmbio de socialização a famílias de cada país durante o verão. O resultado seria termos jovens que aos 18 anos falariam 4 línguas, conhecem 4 culturas e 4 alfabetos. Especialistas em utilizar seus computadores e telefones celulares como ferramentas de trabalho. Leriam 52 livros todos os anos. Respeitariam as leis, ecologia e convivência.

         Quem somos hoje, notadamente no Brasil? Pessoas que sabem mais sobre fofocas, que  conhecem os nomes e a vida de artistas famosos, mas sem história, literatura ou matemática, entre outras coisas importantes para suas vidas. Meninos que falam apenas mais ou menos português, que soletram mal, que odeiam ler livros, que são especialistas em "trapacear" nos exames e em desrespeitar as regras aos olhos dos pais e educadores. Que passam mais tempo assistindo e aprendendo as bobagens da internet, televisão ou jogos de futebol, do que estudando ou lendo, quase sem entender nada, e por isso acreditam que um jogador de futebol é superior a um cientista. Meninos que são chamados de ‘homo-vídeotas’, uma vez que não são adequadamente socializados, que são estúpidos, zumbis de iPhone e Android, tablets, skates, Facebook, Instagram, chats;  onde só falam das mesmas bobagens, ou com jogos de computador, num claro isolamento que conhecemos como autismo cibernético e que ameaçam a liberdade, a educação, contra a sua autoestima, autonomia, contra o respeito pelos pais ou pelos outros, contra o meio ambiente, a solidariedade, a cultura e promovem um alarmante egoísmo deixando uma sociedade cega.

         Foi aqui que chegamos com o nosso medo, estupidez, arrogância e ódio. Será que ainda poderemos consertar?

 

Nenhum comentário: