terça-feira, 18 de setembro de 2012

Quem acha que em Feira não tem diversão não sabe se divertir

         Nos anos 60/70 Feira de Santana viveu um período de grande efervescência sócio cultural.  Além dos tradicionais festejos populares como a Micareta, a Festa de Santana e os festejos juninos de São João, Santo Antônio e São Pedro, a cidade tinha teatros, cinemas, boates, clubes sociais e muitos grupos musicais, além dos bares e restaurantes que garantiam o entretenimento de crianças, jovens e adultos. Depois, a cidade passou por um período de aridez que levava as pessoas a dizer que “em Feira não tem nada".
         Porém, há alguns anos a cidade vem retomando a sua vocação para o surgimento de talentos, revelando todo o seu potencial criativo e empreendedor nas áreas de cultura, arte e lazer. Se algumas tradições desapareceram, por conta das mudanças dos costumes e comportamentos, outras opções surgiram. Os grandes e tradicionais clubes sociais, como Tênis e Cajueiro, deram lugar aos clubes classistas como o Sesi, Sesc, Adelba, e tantos outros.
         Os tradicionais cinemas como o Timbira e o Madri, deram lugar ao multiplace do Shopping Boulevard (por si mesmo uma opção de entretenimento para quem gosta) com cinco salas de cinema. Muitos bares  tradicionais ainda existem, inclusive com música ao vivo, e outros espaços surgiram, como o Ville Gourmet, o Boliche Top Bar, 14 Bis, The King, entre outros, que reúnem a juventude feirense.
         Os teatros do Centro Universitário de Cultura e Arte, Câmara de Dirigentes Lojistas, Centro de Cultura Amélio Amorim, Maestro Miro e Margarida Ribeiro, estão sempre com espetáculos e peças teatrais em cartaz. Eventos como a Feira do Livro, que já ganha proporções grandiosas, ou mais modestos como os cafés literários, estão sempre na pauta das programações semanais.
         Os esportes estão em alta no Município, com Fluminense e Bahia de Feira na primeira divisão do Campeonato estadual e até disputando competições nacionais. Além disso há as Olimpíadas Estudantis, diversas equipes e atletas feirenses estão sempre se destacando em diversos esportes. As seleções feminina e masculina de Vôlei venceram, no mês passado, um torneio estadual. Os esportes náuticos encontram espaço no Lago de Pedra do Cavalo.
         A cidade conta com um expressivo número de artistas das mais diversas áreas, que sempre estão se apresentando em algum lugar. Lançamentos de livros, mostra de fotografias e pinturas, festivais de sanfoneiros e violeiros são frequentes. Tem ainda os festivais Vozes da Terra e de Música Gospel. Recentemente foi lançado no mercado o longa metragem (Vida Louca – a vingança de um motoboy) e o mesmo grupo já está preparando o lançamento da sua mais nova produção, “A Terceira Lágrima”.
         Some-se a tudo isso as atividades do Cuca que, sem dúvida é hoje o maior centro formador de artistas e produtor de cultura e arte do Município, que hoje está promovendo o seu evento mais importante, o “Aberto do Cuca”, com 16 horas ininterruptas de cultura e arte. Foi também o Cuca o responsável pelo resgate de uma das mais antigas, genuínas e tradicionais manifestações da cultura popular do Município, o Bando Anunciador da Festa de Santana, que a cada ano cresce em quantidade e qualidade de participação. Some-se a tudo isso os festejos juninos, que já se estenderam aos distritos, atraindo multidões com atrações locais e nacionais.
         Em abril, a festa máxima da cidade, a Micareta, primeira do Brasil, uma vitrine por onde já desfilaram as grandes atrações da música brasileira, e que, sem deixar de ser uma festa com características carnavalescas, abriu espaço para todos as expressões musicais, indo sem cerimônia do Axé ao Forró, passeando por todos os movimentos musicais brasileiros como o tropicalismo, a Jovem Guarda e a Bossa Nova, além dos ritmos e expressões culturais afrodescendentes.
         Feira de Santana se impõe sócio culturalmente, há espaço até para quem gosta de imitar culturas estrangeiras, como nas festas de haloween, Oktober Fest ou Anime (evento de cultura pop japonesa). Tem Cultura, Arte e diversão para todos os gostos e idades. Afinal, além dos eventos infantis, a Universidade Aberta à Terceira Idade (UATI) está sempre revelando ou acordando talentos adormecidos.



 Publicada no NoiteDia. Edição especial de aniversário.

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