quinta-feira, 9 de julho de 2020

As redes sociais e a terra de ninguém


Sou contra o anonimato nas redes. Liberdade é cada um poder dizer o que quer e ser responsabilizado pelo que diz.
Deste ponto de vista o movimento de anunciantes no mundo inteiro contra o Facebook e suas filiais impondo o controle dos discursos de ódio é extremamente salutar, sadio, importante. As empresas entenderam o risco que elas próprias correm com campanhas orquestradas, pagas, direcionadas, que podem destruir produtos ou reputações de pessoas que contrariam interesses econômicos, de grupos, de militantes, de causas, ou de quem for. Feito de forma clara, individual, é um ótimo mecanismo de controle da Sociedade; feito às escuras, é um golpe na democracia, aos direitos civis, sendo uma ameaça ao cidadão.

Estendido à política ela se mostra ainda mais nociva, servindo a manipulação de eleições- como nos EUA- e em outros tantos países. Aqui, a campanha de Haddad foi condenada por pagar impulsionamentos, 10 contas do PT foram removidas do WhatsApp app, e , agora, uma rede de ódio com digitais no bolsonarismo, no Planalto, foi desmontada pelo Facebook.
Ótimo. Certamente há muitas outras, de múltiplas origens, e todas devem ser desmascaradas. As redes sociais precisam ser passadas a limpo, aqui e fora, pois, não podem se tornar um valhacouto de bandidos, uma terra sem lei.
Evidente que é preciso muito cuidado nesse ajuste para evitar que o controle descambe para a censura ou outro tipo de manipulação em que se favorece alguém enquanto se protege outro, mas precisa ser feito, para desintoxicar o ambiente de incivilidade que vivemos.
Apenas, não custa lembrar que a separação entre um remédio e um veneno, é a dose.

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