Apesar dos 9,1% do PIB investidos em Saúde, há um claro subfinanciamento do setor, com uma aplicação per capita menor do que nos países vizinhos. Um exemplo é o setor de hemodiálise, cujas máquinas são todas importadas, assim como boa parte dos insumos. Sem reajuste na tabela SUS há quatro anos, diversas clínicas têm fechado as portas e criado dívidas, enquanto esperam a melhoria do setor. Ou têm se tornado presa fácil para as multinacionais, que já são responsáveis por quase 30% do tratamento dialítico, no Brasil, uma vez que têm moedas fortes e são produtoras de equipamentos e materiais, fechando um ciclo de domínio do setor.
O Brasil precisa investir mais em Saúde, um item fundamental para garantir o desenvolvimento, na próxima década – como está nos ensinando a pandemia –, e garantir melhor atendimento à população.
Dentro dessa otimização, é preciso que haja menos desvios – e parece que roubar, na Saúde, virou um esporte nacional – e que os recursos sejam aplicados com mais efetividade e sem desperdícios. Uma das formas mais comuns de gastos é a repetição de investigações de doenças, sem necessidade. Como, em cada atendimento ou internamento, não temos o histórico do paciente, é muito comum que ele repita, diversas vezes, a mesma investigação.
Não é compreensível que, tendo em vista o atual estágio de desenvolvimento tecnológico, não tenhamos um prontuário eletrônico acessível em qualquer rede de Saúde – municipal, estadual ou federal –, para facilitar o trabalho médico. Com isso, ganharíamos tempo, os custos com internamentos e investigações laboratoriais e radiológicas seriam reduzidos e, certamente, salvaríamos mais vidas, porque já seriam conhecidos os dados clínicos dos pacientes.
É urgente que a Saúde comece a caminhar para uma integração dos serviços e da informação, pois, do modo como estamos fazendo, há um desperdício de recursos que não temos sobrando. E que fizeram falta em cada vida perdida sem o correto atendimento.
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