quarta-feira, 15 de dezembro de 2021

Quando vamos deixar de ser idiotas?

 

       
Sempre que nos deparamos com algum problema que nos afeta, pessoalmente ou em grupo, nos perguntamos: Onde estão as autoridades? Não vão fazer nada? Dificilmente elas se moverão, principalmente se o questionamento for feito no reduto do lar, numa mesa de bar, numa sala de aula ou em qualquer outro lugar que não resultará em incômodo para a autoridade em questão. Desenvolvemos uma cultura que deveria ser de “respeito” à autoridade, mas o que sentimos é “medo”. E percebendo esse medo, estes cretinos que receberam nosso voto para exercer um mandato qualquer, se acham mandantes, quando são apenas nossos mandatários, ou seja: Empregados. Não é incomum que eles batam nas suas mesas e gritem: Você sabe com quem está falando? E embora saibamos que estamos falando com alguém a quem pagamos um salário para resolver questões que não podemos resolver pessoalmente, porque estamos trabalhando para sustentar nossas famílias e pagar os salários dos nossos empregados (entre eles os nossos mandatários), baixamos a cabeça e não respondemos à altura. O certo seria levantar o queixo e dizer, olhando firme nos olhos dele: Sei sim. Estou falando com alguém que é pago para resolver estas questões e não resolve nada. Mas o medo nos impede. Mas, medo de que mesmo?

         A tal “autoridade”, pode muito bem perder o cargo, dependendo do barulho que fizermos. Mas, sabe o que acontece. Quase sempre estaremos sozinhos, porque a nossa covardia coletiva nos impede de protegermos unas aos outros e de lutarmos unidos pelo interesse comum. Assim sendo, conhecendo o nosso medo, eles vão deitando e rolando, fazendo da nossa vida um inferno. E pagos por nós para fazer isso. Vai ser sempre assim, enquanto continuarmos a pedir favores às autoridades. Temos que passar a exigir que cumpram com suas obrigações, sob pena de perderem o emprego. Senão imediatamente, mas em determinado tempo, em consequência das ações coletivas que tomarmos, como, por exemplo, mobilizar pessoas para desenvolver campanhas contra essa ou aquela autoridade que não soube desempenhar o seu papel. Teremos uma ótima oportunidade no ano que vem de defenestrarmos da política elementos nocivos à sociedade. Corruptos, ladrões, estelionatários, mentirosos, verdadeiros “ficha suja” que, se a lei eleitoral permite que sejam votados, nós não votaremos neles. Simples assim. Precisamos parar de pensar em partidos políticos como pensamos em times de futebol. Não somos torcedores. Somos eleitores. Com poder para nomear a autoridade que quisermos.

         Eu militei em jornalismo por 35 anos, quase sempre cobrindo política. Nunca na minha vida eu vi tantos canalhas, ladrões, corruptos e até assassinos, exercendo mandatos outorgados pelos eleitores. Tudo isso bem embaixo do nariz do Poder Judiciário, cujos representantes não são eleitos, mas indicados pelos representantes dos poderes Executivo e Legislativo. Em que País do mudo isso poderia dar certo? Há países em que até o delegado de polícia e o inspetor de quarteirão são eleitos pela comunidade. Aqui eles são nomeados e obedecem cegamente aos seus nomeadores. Mas fomos nós que deixamos que as coisas chegassem a esse ponto. Tudo por causa do nosso medo, nossa ignorância, nosso espírito servil e nada contestador. Fomos às ruas no 7 de Setembro, mostramos nosso apoio ao presidente. Mas foi tudo muito festivo, sem resultados práticos. O Movimento não poderia parar ali. Tinha que prosseguir na base do “ou nos dão o que queremos ou paramos o País”. O presidente se empolgou com o apoio, mas sentiu que não haveria continuidade. Voltamos para casa com uma ressaca desgraçada de fim de festa. Creio que só teremos outra oportunidade em 2022.

         Não sei porque, há um clima de tranquilidade em relação à fraude nas urnas, só porque as Forças Armadas irão fiscalizar as urnas. Pra mim, isso não garante nada. Se os militares quisessem apoiar o povo brasileiro já o teriam feito. Mas os generais estão muito bem encastelados em seus quartéis com suas mordomias e altos salários. Como disse Vandré: Quem sabe faz a hora, não espera acontecer.

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