Cristóvam Aguiar |
“Quem trabalha não tem tempo de ganhar dinheiro”
(Dito popular)
De vez em quando eu falo esta besteira nas rodas de bate papo, mas é só pra divertir os amigos. Claro que o trabalho, além de necessário, enobrece e dá dignidade ao ser humano. Eu simplesmente não entendo por que existem vagabundos voluntários. Eu entendo quando alguém fica desempregado ou sem alguma ocupação, por falta de oportunidades ou doenças, porque, como disse Luiz Gonzaga, “uma esmola, pra um homem que é são, ou lhe mata de vergonha ou vicia o cidadão”. Lembro que quando eu era criança, assim como os meus colegas, trabalhava com os pais ou com algum parente ou amigo. Era um turno na escola e outro no trabalho. As noites eram para alguma diversão e o reparador sono.
Essa estória de proibição do
trabalho infantil é coisa de político preguiçoso, desonesto e vagabundo. Eu
ainda lembro quão orgulhoso fiquei quando recebi o meu primeiro pagamento Semanal
trabalhando como office boy na loja dos meus irmãos. Em Feira de Santana
aconteceu um caso que ilustra bem o mal que a vadiagem faz aos jovens. O caso é
que um menino trabalhava com a mãe catando materiais para reciclagem, durante
um turno. No outro turno ele ia à escola. Agentes Sociais proibiram o menino de
trabalhar com a mãe. Ele passou a ficar sozinho em casa enquanto a mãe
trabalhava. Virou vítima fácil nas mãos dos bandidos, passando a usar drogas, e
pouco tempo depois foi morto pela Polícia.
Encontrei essa entrevista da
Cíntia Chagas com a Leda Nagle onde ela fala deste assunto e muitos outros como
arte, jornalismo, política e muito mais. Entre outras coisas elas desfazem o
mito de que entrevistas de mais de 15 minutos “não prendem a atenção do
público”. Só se for público preguiçoso e superficial.
Cíntia Chagas entrevista, Leda
Nagle
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